"Quem perde é o Estado", diz governador sobre rejeição de projeto para rodovias federais no RS

"Quem perde é o Estado", diz governador sobre rejeição de projeto para rodovias federais no RS

Ranolfo Vieira Júnior participou de evento na Federasul e disse não ter como "derrota para o governo" decisão da Assembleia

Felipe Nabinger

Ranolfo participou do Tá na Mesa

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Antes de palestrar no Tá na Mesa, evento promovido pela Federasul, nesta quarta-feira, o governador Ranolfo Vieira Júnior minimizou a rejeição do polêmico projeto que previa o investimento de verbas estaduais em obras de rodovias federais. “Não tenho como uma derrota. Tenho absoluta convicção que o que estávamos fazendo é para obras estruturantes no Estado. Lamento, mas respeito a decisão na Assembleia, como não poderia ser diferente”, disse. Aos empresários presentes, Ranolfo completou dizendo que “quem perde é o Estado, é a sociedade gaúcha”.

O governador revelou que sabia da dificuldade na aprovação do projeto na Assembleia, mas que, mesmo assim, o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e o líder do governo na Casa, deputado Mateus Wesp (PSDB), trabalharam até o fim para “demonstrar a convicção do governo” no plano que previa a destinação de R$ 495,1 milhões para o DNIT para melhorias na BR-116 e na BR-290, de responsabilidade do governo federal. Ambos estavam presentes na plateia do evento, bem como o ex-governador e pré-candidato Eduardo Leite.

“Não tenho dúvida que o embate eleitoral e a proximidade das eleições dificulta e vai dificultar cada vez mais as aprovações na casa legislativa”, afirmou, recordando mudanças de posicionamento de antigos aliados na Assembleia não só neste projeto, mas anteriormente no que aprovou o teto de gastos. No entanto, o governador acredita que os projetos mais ruidosos já foram apreciados, não prevendo nenhum texto que gere grandes discussões no segundo semestre.

Destino de valores e desafios

Questionado sobre a destinação desses valores após a rejeição do projeto, Ranolfo diz que solicitou um estudo técnico e que o requisito número um é de “exequibilidade”. O governador diz que, particularmente, gostaria de aplicar os valores em ações de combate a fome, mas Procuradoria-geral do Estado vê dificuldades por conta das restrições em período eleitoral. Outra possibilidade levantada seria destinar esse valor no déficit gerado pela redução da arrecadação do ICMS.

Ranolfo vê como positivo o balanço dos primeiros cem dias à frente do Executivo gaúcho, completados na última semana, vislumbrando como principais desafios a conclusão da privatização da Corsan, a fiscalização das entregas do programa Avançar RS e o próprio período eleitoral como principais desafios até a conclusão do seu mandato. “Preocupa como cidadão e como governante o cenário nacional. O que vimos em Foz do Iguaçu/PR é inconcebível. Essa dicotomia posta, esse radicalismo nas discussões me preocupa”, afirmou sobre o clima das eleições.

Apoio do MDB a Leite

No início da manhã, Ranolfo esteve no evento que oficializou o União Brasil como apoiador de Eduardo Leite nas eleições para o Palácio Piratini. “Não posso deixar de fazer política pois sou um agente político. O ex-governador tem todo meu apoio e tenho participado de reuniões para levar esse apoio”, afirmou. Ele confirmou que o PSDB conversaria com MDB entre quarta e quinta-feira. O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, veio ao Estado para tratar do assunto.

“Seria um grande parceiro como foi no nosso governo. Seguimos a agenda do governador anterior (José Ivo Sartori) que é filiado ao MDB. No que depender de mim, trabalho nesse sentido”, afirmou, defendendo a união entre as siglas no RS, a exemplo do que acontece em âmbito nacional com o apoio tucano à senadora Simone Tebet, pré-candidata à presidência da República.

Quanto ao futuro político, Ranolfo enfatiza foco na conclusão do mandato, mas "não descarta, nem encarta" a possibilidade de, no futuro, voltar a concorrer ao cargo de governador.


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