"Querem politizar uma tentativa de homicídio", diz Bolsonaro após alta

"Querem politizar uma tentativa de homicídio", diz Bolsonaro após alta

Chefe do Executivo recebeu alta hospitalar nesta quarta-feira após dois dias internado em um hospital na capital paulista

R7

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Após receber alta hospitalar depois de dois dias internado em um hospital em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quarta-feira (5), que querem "politizar a tentativa de homicídio" sofrida por ele durante a campanha eleitoral de 2018. Bolsonaro reclamou também das críticas que recebeu por estar "vitimizando" a nova internação.

"Querem politizar uma tentativa de homicídio. As imagens mostram a faca entrando, inclusive o brilho da faca quando sai. Falar que isso é uma faca fake? A faca passou por poucos milímetros da aorta", disse Bolsonaro em entrevista coletiva. "O pessoal tem dúvida, alguns dizem que seria armação da minha parte. A faca entrou e, na hora, alguns falaram que não sangrou, mas uma facada nessa região não sangra porque vai tudo para dentro", acrescentou.

O médico Antônio Luiz Macedo, que acompanha Bolsonaro desde a facada de 2018, afirmou que o presidente passou por uma cirurgia "muito bem feita pelos profissionais que o atenderam" primeiramente, na época, na Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Segundo o profissional, poucos dias depois do atentado, houve uma quantidade de reação imunológica.

"Embora esteja tudo bem, essas aderências possibilitam quadro de obstrução intestinal. Normalmente, nesses quadros, não operamos direto", afirmou. Assim que chegou ao hospital na capital paulista, o presidente publicou nas redes sociais que passaria por exames para avaliar a necessidade de uma possível cirurgia. O médico pontuou que foi colocada uma sonda nasogástrica, retirada na última terça-feira (4).

O profissional explicou que, no dia que chegou, na madrugada de terça-feira, o intestino do presidente estava começando a funcionar. "No dia seguinte, já estava bem. Vai fazer dieta especial em uma semana, vai fazer apenas caminhada, sem exercícios intesos. Mas ele está curado e pronto para o trabalho", complementou. Bolsonaro disse que o desconforto abdominal, provavelmente, ocorreu porque ele comeu peixe e camarão sem mastigar, no último domingo (2).

Mais cedo, Bolsonaro usou as redes sociais para comunicar que recebeu alta após dois dias internado no Hospital Vila Nova Star, na zona sul da capital paulista, para tratar um quadro de obstrução intestinal.

"Alta agora. Obrigado a todos. Tudo posso naquele que me fortalece", escreveu o mandatário em sua página no Twitter. O texto é acompanhado de uma imagem em que o presidente aparece com a equipe médico que o atendeu durante os dias de internação, incluindo o médico-cirurgião Antônio Macedo, que acompanha Bolsonaro desde o atentado a faca em 2018.

Macedo chegou a antecipar o fim da viagem que fazia às Bahamas e voltou ao Brasil na madrugada da segunda-feira (3) para avaliar a necessidade do chefe do Executivo passar por nova cirurgia. Ao R7, ele havia antecipado que o procedimento talvez não seria necessário. 

No entanto, durante a internação a equipe médica implementou uma sonda nasogástrica no presidente e o submeteu a uma dieta líquida. Como o aparelho digestivo do mandatário respondeu bem ao tratamento, não foi necessário um novo procedimento cirúrgico.

A obstrução no intestino de Bolsonaro foi reflexo do ataque à faca que ele sofreu em 2018, durante a campanha presidencial. Desde o atentado, o presidente passou por seis cirurgias. Foram quatro em 2018 e duas em 2019 — para retirada da bolsa de colostomia e para correção de uma hérnia na incisão da cirurgia.

A última internação de Bolsonaro por problemas no aparelho digestivo tinha sido em julho de 2021, quando ele ficou hospitalizado por quatro dias com um quadro de obstrução parcial do intestino delgado. À época, os médicos descartaram fazer uma cirurgia no presidente por ele ter se recuperado sem grandes dificuldades.


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