Racha no Paço: PP exige explicações sobre Banco de Talentos

Racha no Paço: PP exige explicações sobre Banco de Talentos

Criado na gestão tucana, banco visa selecionar funcionários e analisar desempenhos para definir exonerações. Progressistas questionam metodologia

Taline Oppitz

Relação entre PP e PSDB azedou desde que uma série de demissões foi publicada no Diário Oficial

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A cada dia a novela da crise entre o governo Nelson Marchezan Júnior (PSDB) e o PP, partido do vice-prefeito Gustavo Paim, ganha mais um capítulo. O último envolve exigência apresentada pelos governistas aos progressistas como condicionante à tentativa de retomada do diálogo: que o PP recue do pedido de informações, feito oficialmente, sobre o Banco de Talentos. “O PP está agindo como oposição, e, portanto, está sendo tratado como tal. Se não recuar, a situação não será alterada”, disse integrante do governo à coluna.

Com reunião do diretório de Porto Alegre marcada para a próxima terça-feira, quando será discutida a possibilidade de desembarque do governo Marchezan, o PP não deixou por menos as exoneração da última semana e protocolou, por meio da bancada, o pedido de informações. Criado na gestão do tucano, o Banco de Talentos tem entre suas atribuições selecionar funcionários e analisar desempenhos para definir exonerações.

Em reunião na noite de quinta-feira, a executiva do PP rejeitou as imposições apresentadas como exigências para que fosse realizada reunião entre Marchezan e representantes do PP. Também não agradou ao partido o fato de o prefeito ter escolhido as três lideranças que seriam recebidas no caso de recuo: Paim, o vereador João Carlos Nedel e o presidente estadual Celso Bernardi.

Nessa sexta-feira, o presidente do PSDB de Porto Alegre, vereador Moisés Barboza, entregou extensa e dura carta a Nedel. Moisés atuou durante dois anos como lider do governo Marchezan na Câmara. Manteve, portanto, contato diários com aliados em negociações envolvendo a busca de apoio a projetos do Paço. No caso do PP, foram muitas as dissidências.

Por ora, sem fazer manifestações públicas sobre o caso, Marchezan estaria sendo contido por aliados para continuar desta forma. Considerando o perfil incisivo do tucano, no entanto, o silêncio não irá durar muito tempo.


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