Ramos propõe central nacional para compra de "kit intubação"

Ramos propõe central nacional para compra de "kit intubação"

Segundo vice da Câmara, não há falta de remédios para tratar pacientes graves com Covid-19, e sim desorganização no fluxo

R7

publicidade

O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM) informou nesta terça-feira (23) que vai propor à Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19 a criação de uma central nacional de demanda para a compra de medicamentos do chamado "kit intubação". O colegiado se reúne hoje e a pauta é justamente a crise no fornecimento de medicamentos necessários para intubação. 

Estados e municípios vêm relatando, desde a semana passada, o esgotamento dos insumos, como sedativos, para o tratamento de pacientes graves acometidos pela doença, internados em UTIs. Segundo o parlamentar, o Ministério da Saúde tem que receber quantidades necessárias e prazo de todos os Estados e da iniciativa privada, organizar as informações e criar um fluxo com a indústria. Ramos ressaltou ainda que não há falta dos medicamentos, mas má distribuição.

"Ouvi especialistas sobre a questão da falta de sedativos para intubação. A indústria nacional tem produção para atender a demanda, mas não há um controle nacional de demanda. No desespero, Estados compram demais e outros não conseguem comprar", postou em sua rede social.

Pedido por interrupção de cirurgias 

Na noite desta segunda-feira (22), a SBA (Sociedade Brasileira de Anestesiologia) divulgou nota pedindo a interrupção provisória do agendamento de cirurgias eletivas que utilizem os medicamentos que estão em falta para o tratamento de pacientes da covid-19. A intenção é poupá-los para as UTIs desabastecidas e também anestesias para cirurgias de urgência.

No sábado (20), hospitais filantrópicos de São Paulo alertaram, também em nota, que possuem estoques de medicamentos indispensáveis no tratamento da Covid-19 suficientes para apenas mais uma semana. O comunicado da Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado) explicou que os produtos em escassez são os sedativos e bloqueadores neuromusculares que compõem o chamado "kit intubação", essencial para intubar e manter intubados pacientes em estado crítico.

Um dia antes, na sexta-feira, a ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Privados) declarou em carta aberta que as requisições do governo federal feitas à indústria para aquisição de remédios do chamado kit intubação estão desorganizando a cadeia de suprimentos e ameaçam o estoque das unidades particulares de saúde. Em algumas, segundo a entidade, medicamentos usados no atendimento a pacientes com covid-19 podem se esgotar em até 48 horas.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895