Reforma relâmpago no governo ferderal

Reforma relâmpago no governo ferderal

No total, foram seis modificações

Taline Oppitz

Ernesto Araújo pediu demissão nesta segunda-feira

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O presidente Jair Bolsonaro dedicou a segunda-feira a mudanças no primeiro escalão do governo. No total, foram seis modificações. O start foi dado com a saída, já esperada, do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, integrante da ala ideológica do governo e que protagonizou uma série de episódios equivocados e polêmicos, para dizer o mínimo. Araújo viu a cabeça rolar a pedido de lideranças do Centrão, que já começou a cobrar a conta pelo reforço na base aliada e de outra boa parte do Congresso, incluindo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).

O pedido de demissão foi a tradicional manifestação oficial visando minimizar o desgaste, conhecida como saída honrosa. A gota d’água para Ernesto Araújo foi sua atuação, que gerou cobranças incisivas, no empenho em dialogar com países para viabilizar a ampliação da vacinação no Brasil. A situação ficou insustentável devido ao cenário atual da pandemia no país, que se tornou um dos epicentros da Covid-19 no mundo. A mesma situação também tem impacto direto sobre o próprio Bolsonaro, que está pressionado.

No caso do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, a demissão foi resultado de uma série de questões, que não vêm de hoje. Entre elas, a insatisfação pessoal do presidente por declarações feitas pelo agora ex-ministro. Bolsonaro quer alinhamento total do Exército. Azevedo e Silva, por sua vez, vinha sustentando a independência das Forças Armadas e também estava descontente com falas do chefe sobre o Exército. Na nota em que anunciou a demissão, que pegou militares de surpresa, o general destacou que no período como ministro preservou “as Forças Armadas como instituições de Estado”. Recado mais claro, impossível.

José Levi do Amaral, da AGU, também está fora. No caso dele, por se negar a assinar a ação enviado ao Supremo questionando medidas restritivas aplicadas nos estados. Entre eles, o Rio Grande do Sul. O documento chegou a mais alta corte do país somente com a assinatura de Bolsonaro, que tenta manter apoios políticos, atendendo a aliados, e garantir em sua órbita, nomes alinhados as suas ideologias. 

As trocas

Ministério das Relações Exteriores
Sai: Ernesto Araújo
Entra: Carlos Alberto França

Ministério da Defesa
Sai: General Fernando Azevedo e Silva
Entra: General Braga Netto

Ministério da Justiça
Sai: André Mendonça
Entra: Delegado Anderson Torres

Casa Civil
Sai: General Braga Netto
Entra: General Luiz Eduardo Ramos

Secretaria de Governo
Sai: General Luiz Eduardo Ramos
Entra: Deputada Flávia Arruda

Advogacia-Geral da União (AGU)
Sai: José Levi Mello do Amaral Júnior
Entra: André Mendonça


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