Relator na CMO critica votação da meta fiscal diretamente pelo Congresso

Relator na CMO critica votação da meta fiscal diretamente pelo Congresso

Segundo Dagoberto, houve "truculência" por proposta não ter sido debatida e votada na comissão

Agência Brasil

Segundo Dagoberto, houve "truculência" por proposta não ter sido debatida e votada na comissão

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A possibilidade de o projeto de meta fiscal ser apreciado diretamente pelo plenário do Congresso Nacional, sem que tenha sido debatido e votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) foi chamada nesta segunda-feira, de “truculência” pelo relator da proposta no colegiado, deputado Dagoberto (PDT-MS).

Nesta segunda-feira, a reunião do colegiado para votar o projeto do governo (PLN 1/16), que altera a meta de resultado primário deste ano, foi cancelada por falta de quórum. Segundo Dagoberto, será a primeira vez que a comissão deixa de apreciar a votação da meta fiscal do governo. “Acho que isso é um prejuízo para o Congresso, uma vez que as pessoas perdem a oportunidade de discutir. Aí vai nessa truculência e vai criando esse tipo de problema que estamos vendo aqui hoje”, disse.

Nova reunião foi marcada para as 10h de amanhã, mas o texto corre risco de não ser votado no colegiado, uma vez que o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), antecipou para as 11h a reunião do Congresso para tratar do tema. “Me preocupa o que o senador Renan Calheiros está querendo fazer, de votar amanhã, na sessão do Congresso, sem que o projeto seja discutido aqui”, acrescentou.

O deputado disse estranhar o esvaziamento da reunião da CMO, por parte dos senadores da base do governo do presidente interino Michel Temer. “Como que a base do governo, que tem interesse nessa votação, não vem? – questionou Dagoberto. “Não vem um senador aqui. Lógico que teve alguma coisa articulada para os senadores da base não comparecerem. É um negócio absurdo”, criticou.

O presidente da CMO, Arthur Lira (PP-AL) também lamentou a ausência da base aliada. Questionado se faltou coordenação do governo para evitar o cancelamento da reunião, por falta de quórum, Lira respondeu: “Não posso dizer. Pode ter faltado boa vontade dos senadores em vir”.

Segundo Dagoberto, uma explicação possível para a atitude do governo seria a possibilidade de Calheiros nomear um novo relator diretamente no plenário do Congresso. “Aqui na CMO, se o governo quiser aprovar o projeto, ele tem número suficiente para aprovar, não precisava dessa truculência que eu tô vislumbrando que possa acontecer”, lamentou.

A nomeação de um novo relator seria uma estratégia do governo, caso o relatório não incluísse a nova estimativa de rombo na meta fiscal. Mas, hoje mesmo o deputado apresentou, a pedido do governo, um adendo ao seu relatório, estimando em R$ 170,5 bilhões o déficit primário do ano fiscal, após ter recebido as informações do governo.


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