Relembre as mudanças nos ministérios de Bolsonaro

Relembre as mudanças nos ministérios de Bolsonaro

Saúde, cultura e educação concentraram as maiores quantidade de trocas

Flávia Simões*

Ao longo do ano, foram nove trocas ministeriais.

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O ano de 2020 foi de mudanças no governo federal. Ao todo, foram dez trocas de ministros nesse período. O último caso foi a saída do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro de Antônio, que deixou o cargo na primeira semana de dezembro. Porém, outras figuras importantes também desembarcaram do governo federal em 2020: foi o caso do ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, conhecido pela Lava Jato, e Luiz Mandetta, ministro da Saúde, demitido em meio à pandemia.

Durante o ano, o governo federal realizou mudanças ministeriais, entre trocas e saídas, 17 nomes passaram pelo Palácio do Planalto. Concentradas no primeiro semestre, as substituições começaram em janeiro e se acumularam em fevereiro, durante a reforma ministerial.

Nesta troca, Osmar Terra saiu do Ministério da Cidadania, Onyx Lorenzoni entrou em seu lugar e passou a Casa Civil para Walter Braga Netto. Rogério Marinho assumiu o Ministério do Desenvolvimento Regional após a saída de Gustavo Canuto. 

As áreas que tiveram as maiores trocas foram a educação, a saúde e a cultura, com três ministros cada. Porém, essa dança das cadeiras trouxe consequências: a saúde ficou sem ministro, apenas com interino, durante quatro meses, em pleno avanço da pandemia. 

Fechando seu segundo ano de mandato, o presidente Bolsonaro prevê, para fevereiro de 2021, uma nova reforma ministerial.  

JANEIRO

Roberto Alvim deixa a Cultura e a atriz Regina Duarte assume (Montagem com fotos de Divulgação e Alan Santos/PR) 

Mudanças na secretaria com status de ministério. Logo no começo do ano, o presidente Jair Bolsonaro demitiu o secretário da cultura Roberto Alvim. O motivo foi um vídeo, feito para o lançamento do Prêmio Nacional das Artes, onde o ex-secretário copia falas de um discurso nazista de 1933. Após alegar que a situação estava "insustentável", o presidente afastou Alvim e nomeou José Paulo Martins como interino. Doze dias depois, após ter recusado o primeiro convite, no começo de 2018, a atriz Regina Duarte aceitou o comando da pasta onde ficou até maio. 

FEVEREIRO 

Osmar Terra deixou a Cidadania e Onyx Lorenzoni assume o cargo, após sair da Casa Civil (Montagem com fotos de Isac Nóbrega/PR)

Onyx Lorenzoni passou o comando da Casa Civil para general Walter Braga Netto (Montagem com fotos de Isac Nóbrega/PR)

Gustavo Canuto deixou o comando do Desenvolvimento Regional e Rogério Marinho assumiu o cargo (Montagem com fotos de José Cruz/Agência Brasil e Divulgação)

Troca troca de cadeiras. Durante a reforma ministerial, após a demissão de Osmar Terra do Ministério da Cidadania, Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Casa Civil, foi nomeado para assumir a pasta. O general Walter Braga Netto foi escolhido para assumir o lugar de Lorenzoni no comando da Casa Civil. O agora ex-secretário, Rogério Marinho, assumiu o lugar de Gustavo Canuto, que pediu demissão, no Ministério do Desenvolvimento Regional. 

ABRIL

Luiz Henrique Mandetta deixou a Saúde, em meio à pandemia, e Teich assume o cargo  (Montagem com fotos de Júlio Nascimento/PR)

Uma dos ícones do governo, Sergio Moro deixou o ministério e, em seu lugar, André Mendonça assumiu o cargo (Montagem de fotos de Divulgação e Alan Santos/PR )

Com as discussões envolvendo as medidas de isolamento social no início da pandemia no país, Luiz Henrique Mandetta deixou o comando da Saúde. Em seu lugar, assumiu Nelson Teich. Outra troca turbulenta foi a saída de Sergio Moro do ministério da Justiça. A saída gerou desgastes, uma vez que Moro saiu do cargo acusando o presidente de interferência na Polícia Federal. Com a saída de Moro, André Mendonça assumiu o cargo. 

MAIO

Nelson Teich deixou o cargo em menos de um mês. Pazzuelo assumiu a função como interino (Montagem com fotos de Júlio Nascimento/PR e Carolina Antunes/PR)


Regina Duarte deixou o cargo e o ator Mário Frias assume a Cultura (Montagem com fotos de Isac Nóbrega /PR Presidência da República)

A saúde trocou (de novo). Após menos de um mês no cargo, Nelson Teich pediu a exoneração do Ministério da Saúde. Assim como ocorreu com Mandetta, Teich deixou a pasta por divergências sobre medidas a serem adotadas durante a pandemia, incluindo as recomendações irrestritas do uso da hidroxicloroquina. O general Eduardo Pazuello, secretário executivo do ministério, foi escolhido para comandar a pasta de maneira interina, onde permaneceu desta forma durante quatro meses. A secretária especial da Cultura, Regina Duarte, também pediu demissão do cargo após cinco meses. Segundo a atriz, ela gostaria de voltar para São Paulo para ficar mais próxima da família. Em junho, Mário Frias, que também é ator, assumiu a posse da secretaria. 
 

JUNHO 

Weintraub deixou a Educação. No seu lugar, Decotelli teve passagem rápida e, por fim, Milton Ribeiro assumiu o cargo (Montagem com fotos de Divulgação)

Em junho foi a vez da educação. Após insultos ao Supremo Tribunal Federal, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi exonerado do cargo. O professor Carlos Decotelli chegou a ser nomeado ministro mas, devido a inconsistências no seu currículo, não chegou a permanecer uma semana no cargo. Após Decotelli, Bolsonaro convidou o secretário da Educação do Paraná, Renato Feder, para assumir o cargo, mas Feder recusou o convite. Um mês depois, o advogado Milton Ribeiro aceitou o convite para comandar a Educação. Ribeiro é o quarto ministro a assumir a pasta em um período de um ano e meio. 

DEZEMBRO

 No Turismo, sai Marcelo Álvaro Antônio e entra Gilson Machado (Montagem com fotos de Isac Nóbrega/PR)

No começo do mês, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, foi demitido. O motivo seria uma uma mensagem de Álvaro, em um grupo de WhatsApp que reúne todos os ministros do governo federal, em que ele ataca o chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Gilson Machado foi nomeado para substituir Álvaro no comando da pasta. Essa foi a primeira mudança no ministério do Turismo.

 

TROCAS MÊS A MÊS

Janeiro:
Secretaria Especial da Cultura: sai Roberto Alvim, entra Regina Duarte.

Fevereiro: 
Ministério da Cidadania: sai Osmar Terra, entra Onyx Lorenzoni.
Casa Civil: sai Onyx Lorenzoni, entra Walter Braga Netto.
Ministério do Desenvolvimento Regional: sai Gustavo Canuto, entra Rogério Marinho.

Abril:
Ministério da Saúde: sai Luiz Sérgio Mandetta, entra Nelson Teich.
Ministério da Justiça e Segurança Pública: sai Sergio Moro, entra André Mendonça.

Maio:
Ministério da Saúde: sai Nelson Teich, entra Eduardo Pazuello.
Secretaria Especial da Cultura: sai Regina Duarte, entra Mario Frias. 

Junho:
Ministério da Educação: sai Abraham Weintraub, entra Milton Ribeiro.

Dezembro:
Ministério do Turismo: sai Marcelo Álvaro Antônio, entra Gilson Machado.

*Sob supervisão de Mauren Xavier


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