Renan Calheiros retira o nome de Luis Carlos Heinze de relatório da CPI

Renan Calheiros retira o nome de Luis Carlos Heinze de relatório da CPI

Retirada foi pedido de Alessandro Vieira, que tinha feito solicitação de inclusão pela manhã 


R7

Senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) foi incluído e retirado da lista de indiciados no mesmo dia

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Horas após incluir o nome de Luis Carlos Heinze (PP-RS) na lista de sugestões de indiciamento no relatório final CPI da Covid-19, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) aceitou remover o nome do gaúcho do documento. A lista volta a ter 80 nomes, entre pessoas e empresas. O pedido de retirada de Heinze foi feito pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que, durante a manhã, tinha pedido a inclusão de Heinz na lista.

Pela manhã, o pedido de Vieira havia sido motivado pela leitura do relatório paralelo apresentado por Heinze à CPI. O senador sergipano afirmou que o colega havia difundido, novamente, desinformação no curso da reunião. Nas conclusões defendidas em seu texto, Heinze levantou dúvidas sobre a origem da Covid-19 e defendeu o Conselho Federal de Medicina (CFM), cujo presidente também está na lista de sugestões de indiciamento. 

"O que ele fala repercute na vida das pessoas. Essa comissão, a ciência, a imprensa, todos já apresentaram um volume imenso de informações que mostra que esses dados que o senador repete aqui são falsos. Mas, infelizmente, o eleitor do Heinze, no interior do Rio Grande do Sul, vai entender que é verdadeiro, porque ele está abrindo a internet e vendo o senador Heinze repetindo todos os dias, sem nenhuma reprimenda", pontuou Vieira, pela manhã.

Ao pedir que Renan retirasse o nome do gaúcho, Alessandro afirmou que tratava-se de uma questão formal e também de mérito. Segundo ele, o uso da CPI para disseminar informações incorretas seria um agravante.

“Mas, me rendo ao argumento, inclusive do senhor presidente desta Casa, no sentido de que a imunidade parlamentar, no exercício da tribuna, teria uma determinada percepção alargada. Não concordo pessoalmente, mas me rendo à maioria nesse sentido”, disse.

Desgaste

Mesmo pedindo a retirada do nome de Heinze, Alessandro criticou o colega, o chamando de irresponsável. “Faço isso muito mais por uma razão de mérito, e uso para isso não o ‘juridiquês’, mas o dito mais popular possível: ‘Não se gasta vela boa com defunto ruim’. Essa CPI fez um trabalho, prestou um serviço para esse Brasil, muitíssimo relevante. E eu não posso, a essa altura, colocar em risco nem um pedaço desse serviço por conta de mais um parlamentar irresponsável”, completou. Calheiros rapidamente acatou o pedido do colega.

Os senadores já vinham demonstrando irritação com o colega ao longo das reuniões por sua defesa da possibilidade do uso de medicamentos sem eficácia no tratamento da Covid-19 e por citações a estudos já descredibilizados pela comunidade científica.

Durante a tarde, rumores de que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), teria pedido a Renan para que não incluísse Heinze no relatório circularam, o que foi negado por ambos. Em nota, Pacheco disse considerar a inclusão do senador “um excesso”, mas que a decisão seria da CPI. Renan, a princípio, afirmou que não retiraria o senador da lista, mas cedeu após o segundo intervalo feito pela CPI para que a sessão no Plenário fosse realizada.

O relatório, com as 80 pessoas e empresas, deve ser votado ainda esta noite pela Comissão. O placar esperado é de 7 votos favoráveis e 4 contra, aprovando as conclusões apresentadas por Renan.


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