Romildo Bolzan Jr. tomará decisão sobre candidatura ao governo do RS no fim do ano

Romildo Bolzan Jr. tomará decisão sobre candidatura ao governo do RS no fim do ano

Filiado ao PDT, presidente do Grêmio se apresentou como um homem de resultados, mas garantiu que o foco é no clube no momento

Eric Raupp

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Concorrer ao cargo de governador do Rio Grande do Sul é uma possibilidade ainda em análise pelo presidente do Grêmio e ex-prefeito de Osório, Romildo Bolzan Jr. Em entrevista à Rádio Guaíba na manhã desta quarta-feira, o advogado, filiado ao PDT, afirmou que ainda não decidiu sobre seu futuro. “Não descarto porque sou um ser político, não vou dizer que não. Mas nesse momento não penso nisso. No final do ano, irei trabalhar esse tema. Depende muito do Grêmio. O clube tem um desempenho insatisfatório, e essas coisas me remetem a não deixar o time assim. Jamais”, explicou, garantindo que, se concorrer, será uma alternativa pautada por resultados e não bandeira ideológicas.

Romildo, de 61 anos, disse ter o “conceito claro” de que não é possível conciliar as duas vias e reconheceu a projeção que ganha a partir da gestão de um clube do futebol. “É enorme e pode transparecer uma oportunidade ou oportunismo. Para mim, não cola. Não gosto disso. Temos sete anos de governança boa, mas, vamos ser bem realistas: se tivermos um contexto ruim, a situação muda muito rápido”, disse, considerando que existe uma deslegitimização de seu trabalho à frente do Grêmio nas mídias por conta do péssimo início no Campeonato Brasileiro.

Ainda que tenha visibilidade em frente a uma das maiores instituições esportivas do Brasil, Romildo avaliou que, acima de preferências futebolísticas, o melhor cabo eleitoral é a percepção da população acerca das ideias de um candidato. “E a percepção que as pessoas têm do clube é de que tem projeto. O voto é uma conjuntura. Não é porque tu és gremista ou colorado. É questão ideológica, tu inclui e exclui por suas posições políticas ideológicas. Eu nunca deixaria de votar numa pessoa por ela ser colorada se eu me identificasse com suas ideias”, disse.

“A minha maior experiência foi pública e foi o que levei para o Grêmio. Enquanto prefeito estava submetido a uma série de limites constitucionais e fiscalizações, legais, da mídia e da população. Lá, tu tens que trabalhar a ideia de prestar contas, de resultado. A pior imagem que um político tem hoje é a de não passar responsabilidade. Transfiro tudo isso para o clube de futebol. Temos controle interno, externo, por meio do conselho deliberativo, fiscal, da torcida, da mídia, além de um estatuto”.

Filosofia administrativa de resultados 

Além disso, Romildo se considerou um homem “de resultados” e que trabalharia para buscar unidade em um contexto de polarização. “Minha filosofia administrativa é de resultado, não de ideologia. Não vejo nenhuma dificuldade em dizer que a boa gestão não é questão de partido, mas de cumprir com aquilo que você tem que fazer”, comentou. No entanto, reconheceu que, se as questões avançarem, será necessário fazer alianças com partidos de centro e direita, ainda que o PDT seja trabalhista e mais alinhado à esquerda.

Embora garanta que não tomou a decisão sobre concorrer ao governo do Estado, o presidente do Grêmio já deixou clara sua visão contrária à privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul).  “Quanto deixou de captar a Corsan nesses últimos tempos? Pode não ter recursos no tesouro, mas se vai buscar financiamento, são obras que se pagam. Se tivermos uma grande capacidade de busca e captação de recursos junto aos órgãos federais, conseguimos estabelecer um belo programa de saneamento e de água”, disse.

“Eu me recordo que o primeiro termo de regulação da Corsan foi feito com Osório, porque queríamos incluir um esgoto. Depois o município obteve recursos, construímos a estação de tratamento de esgoto e repassamos para a Corsan. Ela tem muitas concessões com municípios e como fazer isso sem uma situação de trabalho com consequência jurídicas passando para empresa privada? Além disso, acredito que políticas relativas à agua e esgoto são políticas de Estado, não é questão de privatização”, completou. Sobre o Banrisul, ressaltou que é necessário ter um braço financeiro no Estado. “Ele é um meio para as coisas acontecerem, para facilitar as negociações”, explicou.

Necessidade de terceira via nas eleições presidenciais

Romildo ainda comentou sobre as eleições presidenciais de 2022. Para ele, é preciso racionalizar o debate por meio de uma terceira via. “Se o centro não buscar uma alternativa, vai haver uma polarização. A lucidez política vai necessariamente fazer esse raciocínio. Vai ter que fazer uma única candidatura. Não pode pulverizar, é uma candidatura que seja catalisadora. É preciso um bloco de terceira via, senão a eleição vai ficar polarizada. Ficaria muito ruim para o país”. Questionado sobre quem seria essa pessoa, escolheu ser pragmático: “Quem estiver mais viável que seja o candidato”.


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