"Se o Brasil andar para trás, o RS vai andar de lado", diz secretária na Federasul

"Se o Brasil andar para trás, o RS vai andar de lado", diz secretária na Federasul

Executivo enviará à Assembleia no final de maio os projetos de reestruturação das carreiras dos servidores

Flavia Bemfica

Leany Lemos destacou que os projetos de reestruturação das carreiras dos servidores ainda não estão finalizados

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O governo do Estado pretende enviar entre o final de maio e o início de junho ao Legislativo os projetos de reestruturação nas carreiras dos servidores estaduais. Os estudos feitos pela Secretaria do Planejamento estão concluídos, e os impactos financeiros de cada medida estão em fase de conclusão. Mas o Executivo vai aguardar a votação em segundo turno da PEC que retira da Constituição estadual a exigência da realização de plebiscito para a venda das estatais do setor de energia e uma nova rodada de conversações com os servidores antes de enviar os projetos.

Nesta quarta-feira, durante a reunião-almoço ‘Tá na Mesa’, da Federasul, a secretária do Planejamento, Leany Lemos, destacou que o processo de decisão ainda não está finalizado, mas ressalvou que existem no Estado benefícios que já foram extintos há tempo a nível federal, citando nominalmente o pagamento de triênios, e informando que as vantagens temporais representam atualmente 15% da folha. Ela citou ainda o grande número de aposentadorias precoces entre os servidores da segurança pública e professores, e que 49% dos servidores ativos hoje possuem idade superior a 46 anos, o que significa que praticamente a metade dos funcionários da ativa estão próximos da aposentadoria. De acordo com os dados do Planejamento, atualmente os inativos representam 60% da folha, ante 40% de ativos. Segundo Lemos, dificilmente as medidas de reestruturação vão gerar redução de despesas, mas deverão desacelerar o seu crescimento.

A secretária e o titular da Fazenda, Marco Aurélio Santos Cardoso, expuseram na federação dados a respeito dos projetos do governo referentes à reestruturação das carreiras e, ainda, sobre concessões e privatizações. Sobre as privatizações, Cardoso afirmou que existe uma demanda ‘muito alta’ pelos ativos do RS, mas assinalou que a modelagem é técnica e que as operações não são “rápidas de se fazer”. Questionado sobre como o governo pretende equacionar o que é apontado como o principal problema para a venda do Grupo CEEE, o alto passivo da companhia, ele respondeu que o valor de mercado “não tem necessariamente a ver com seu valor patrimonial.” O secretário adiantou ainda que a Fazenda prepara para as próximas semanas o anúncio de 30 medidas para a modernização das receitas.

Mesmo com um discurso de retomada da economia do Estado, os dois secretários fizeram uma ressalva em relação ao impacto que a política econômica nacional pode ter sobre os projetos do governo estadual. “O governo vem com uma ‘pegada nova’, isto é percebido em todo o país. Mas se o Brasil andar para trás, vamos andar de lado”, alertou a titular do Planejamento.


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