Seminário discute os desafios e oportunidades para o Rio Grande do Sul atrair investimentos

Seminário discute os desafios e oportunidades para o Rio Grande do Sul atrair investimentos

Governador Eduardo Leite pregou que é necessário melhorar o "ambiente de competitividade" para tornar o Estado favorável aos negócios

Cláudio Isaías

Governador Eduardo Leite (C) formou a mesa com Luis Roberto Ponte (E) e Marcelo Dornelles, Sub-procurador de Justiça do Estado

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"Os problemas vividos pelo Brasil e que inviabilizam investimentos e execução de obras são fruto das distorções funcionais da estrutura político-administrativa do país". A avaliação foi feita pelo presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs), Luis Roberto Ponte, que participou nesta segunda-feira do seminário “Desafios, Oportunidades e Dificuldades para atrair investimentos para o Rio Grande do Sul”- Os obstáculos para investir e executar obras no Estado. No auditório do Ministério Público, em Porto Alegre, lideranças do setor receberam autoridades municipais e estaduais.

A atividade contou com as presenças do subprocurador de Justiça do Estado, Marcelo Lemos Dornelles, e com a participação do secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos Júnior, no painel "A visão do setor público e do setor privado - problemas e soluções".

Segundo Ponte, na verdade os obstáculos atrapalham apenas o Rio Grande do Sul e ocorrem com maior ou menor intensidade em todo o Brasil. "A pobreza somente será superada com a redução da burocracia e a liberdade para empreender", ressaltou.

Conforme o presidente da Sergs, existem pessoas que estão convencidas de que os "empreendedores burgueses" são a causa da pobreza absoluta e da injustiça social, e não que são de fato a única solução dessa desgraça. "Eles tentarão sempre impedir, dificultar ou reduzir nossa atuação, crentes de que estão trabalhando pelo bem, pela dignidade e pela solidariedade humana. Eles se sentem guardiões da justiça e defensores dos pobres, sem perceberem que estão é perpetuando o sofrimento dos miseráveis", acrescentou.

Ponte cobrou ainda ações das autoridades para reduzir os obstáculos que dificultam ou impedem o aporte financeiro e a execução de obras. “A fim de mudar o juízo generalizado de investidores e operadores da engenharia de que o Rio Grande do Sul é uma terra hostil a investimentos e geração de emprego”, pontuou.

Luís Roberto Ponte citou o exemplo da BR 116, que passa por obras de duplicação entre Pelotas e Porto Alegre. De acordo com o presidente da Sergs, a demora no processo custa R$ 2,1 milhões ao dia para a economia gaúcha, além da perda de vidas na rodovia.

Presente na abertura, o governador Eduardo Leite elogiou a iniciativa da Sociedade de Engenharia e falou sobre o papel do Executivo estadual no desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Ele fez uma defesa do pacote de reformas na carreira e na previdência dos servidores públicos. Os textos foram enviados à Assembleia Legislativa em meados do mês de novembro.

Segundo o governador, o Estado precisa reduzir o custo da máquina pública para conseguir atrair investimentos. Eduardo Leite citou o caso específico do magistério. “Quando se fala em reajuste aos professores, se pensa vamos melhorar a educação. Agora, se eu der 10% de reajuste no plano atual de carreira do magistério, vai custar para o Estado R$ 580 milhões por ano”, explicou.

Leite destacou a agenda de competitividade, um dos objetivos do governo do Estado. “Temos de melhorar o ambiente de competitividade, e tornar o Rio Grande do Sul favorável aos negócios, com estímulo aos investimentos”, explicou. Conforme o governador, a ideia é exatamente a do estímulo.

“Muito se fala em atrair, mas atrair é trazer quem vem de fora. Penso que, além de atrair, temos de estimular quem já está aqui. O povo gaúcho é trabalhador, tem vocação empreendedora e capacidade de inovação. Temos de encorajar essas pessoas a fazer o que fazem de melhor: trabalhar e gerar riqueza”, ressaltou.

Segundo leite, o governo do Estado trabalha, inclusive, com um tripé que promove o desenvolvimento econômico: redução da burocracia, da tributação e dos custos logísticos, a fim de atrair investimentos de fora, parcerias com o setor privado, que incluem estradas, hidrovias, aeroportos regionais, escolas, prédios públicos, presídios e equipamentos culturais, e estimular o empreendedorismo gaúcho.


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