Senado quer ouvir Weintraub sobre atuação do Centrão no MEC

Senado quer ouvir Weintraub sobre atuação do Centrão no MEC

Convite foi aprovado nesta quarta; Comissão apura denúncias de atuação de pastores no direcionamento de recursos do FNDE

R7

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A Comissão de Educação do Senado aprovou, nesta quarta-feira, um convite para que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub preste depoimento no âmbito da apuração do grupo de denúncias de tráfico de influência de dois pastores na destinação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a determinados municípios. Prefeitos já confirmaram na comissão a atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura no Ministério da Educação (MEC).

Os senadores querem ouvir Weintraub sobre recentes declarações nas quais o ex-ministro afirmou que recebeu ordem do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), para "entregar" o FNDE ao Centrão, composto por partidos que hoje dão sustentação ao governo, como o PL e o PP. O FNDE é uma autarquia ligada ao MEC. Weintraub, que já foi um aliado do presidente Bolsonaro, hoje o critica.

"Weintraub afirmou, ainda, ter entregado à Polícia Federal e ao Ministério Público uma série de documentos que podem comprovar ou revelar indícios de irregularidades na Educação. Os fatos narrados são gravíssimos e cabe a este Parlamento a apuração com rigor dos eventos, o que só será possível com o comparecimento pessoal do ex-ministro em questão para prestar os devidos esclarecimentos", pontua o requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

A comissão iria ouvir nesta quarta-feira três pessoas, mas todos faltaram. Uma delas é o prefeito de Centro Novo (MA), Júnior Garimpeiro, que havia confirmado a participação por meio de videoconferência, mas alegou um compromisso prévio e pediu a remarcação de sua oitiva, que será realizada na próxima semana. Os senadores também queriam ouvir Nely Jardim e Darwin Einstein Lima, apontados como intermediadores nas negociações entre os pastores e os prefeitos, mas ambos não compareceram.

O esquema

Denúncias feitas inicialmente pelo jornal O Estado de S. Paulo, em março, apontaram para a atuação de dois pastores, amigos do ex-ministro Milton Ribeiro, no MEC. Conforme relatos de prefeitos, os dois chamavam gestores municipais para reuniões no ministério e depois propunham ajudar a liberar recursos. Um dos pastores, então, pedia propina para acelerar este processo.

Posteriormente, também foi divulgado um áudio pelo jornal Folha de S. Paulo no qual o ex-ministro diz que dava prioridade a pedidos feitos pelo pastor Gilmar, por demanda do presidente Jair Bolsonaro.

Após a divulgação de uma série de informações sobre o caso envolvendo os pastores, Milton Ribeiro pediu demissão do cargo no MEC. Em carta, o ex-ministro justificou que após tomar conhecimento, em agosto de 2021, acerca de "uma pessoa" (que ele não cita o nome) que estaria cometendo irregularidades, ele denunciou à Controladoria-Geral da União.

 


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