Senador Paulo Paim defende ‘pacto’ contra crise

Senador Paulo Paim defende ‘pacto’ contra crise

Para o político, o país precisa recuperar a estabilidade política, administrativa e institucional

Luiz Sérgio Dibe

Senador Paulo Paim

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Diante dos impasses entre Executivo e Congresso Nacional, o senador Paulo Paim (PT), declarou que o Brasil precisa produzir um pacto entre suas instituições de Estado, para tirar o país da crise econômica e interromper o ciclo de instabilidade política que, em sua visão, tem retardado a capacidade de desenvolvimento nacional. “Acredito que é tarefa do Congresso chamar os demais poderes, instituições e sociedade civil organizada para realizar um grande pacto pela recuperação da estabilidade política, administrativa e institucional. Para que juntos apresentem um programa de desenvolvimento capaz de tirar esse país da crise”, apontou o senador.

Paim afirmou que vê sérios erros na condução da política econômica do país e disse que não identifica, da atual gestão, um projeto “macro” que indique um caminho de estímulo ao crescimento econômico. “O Congresso fez todas as reformas que o Executivo pediu e até agora os resultados são pífios. A população está empobrecendo e os investidores têm desconfiança de aplicar seu dinheiro”, citou.

Para o senador, o pacto que tem procurado discutir com outras lideranças de diversas siglas, no Senado e na Câmara dos Deputados, poderia estar baseado em uma receita que considera muito objetiva. “A população desempregada e empobrecida perde o poder de compra. Sem comprar, os setores da economia reduzem a produção, a comercialização. Acabam mais empregos. O que precisamos são ações para estimular o emprego formal, partilhar a riqueza através do salário. Botando dinheiro na mão do povo, a roda da economia gira e o Brasil sai da crise”, argumentou.

O senador gaúcho também analisou que o esforço de Congresso em ampliar a impositividade do orçamento federal se deve à percepção de que o Executivo tem estado “ausente” em ações fundamentais para a distribuição de oportunidades de crescimento econômico e desenvolvimento social. “Que importância tem quem definirá onde serão aplicados esses R$ 30 bilhões, desde que o dinheiro chegue aos programas de desenvolvimento do trabalho e da economia, para a educação e a proteção da saúde da população?”, questionou. Disse esperar que a proposta de reforma tributária, que o governo federal prometeu enviar ao Congresso neste ano, seja pautada pela progressividade dos tributos, para que quem ganha mais, contribua mais, produzindo “justiça na participação e solidariedade na partilha para reduzir a desigualdade que tem se ampliado com a crise.”

Prestes a completar 70 anos, dos quais dedicou 40 anos à atividade parlamentar, o senador revelou ainda que está decidido a encerrar sua trajetória política ao final do atual mandato, que será concluído em 2026.


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