Servidores passam a quarta-feira mobilizados e vigilantes contra pacote de Leite

Servidores passam a quarta-feira mobilizados e vigilantes contra pacote de Leite

Mobilização foi pacífica e manifestantes acompanhavam análise do projeto pela Assembleia Legislativa por um caminhão de som

Gabriel Guedes

Contra projeto do governo Eduardo Leite, professores e servidores de outras categorias estão acampados na Praça da Matriz, na Capital desde a última terça-feira (17)

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Enquanto a Assembleia Legislativa analisava na tarde desta quarta-feira, o Projeto de Lei Complementar (PLC) 503/2019, que integra o pacote do governo Eduardo Leite, que altera a carreira e a aposentadoria dos servidores públicos estaduais, a mobilização contra a medida seguia forte, mas pacífica, no lado de fora, com grupos em frente ao legislativo e sob a sombra das árvores da Praça da Matriz. Já o sol forte afastou os trabalhadores da parte mais próxima do Palácio Piratini, que está protegida por gradis.

Manifestantes, maior parte formada por professores e liderados pelo sindicato deles, o CPERS, ocupavam o espaço em frente a Assembleia e faziam muito barulho, com um grupo de percussão. Em um caminhão de som, estacionado em frente ao Piratini, o áudio da sessão que deliberava sobre o PLC na Assembleia era reproduzido, para que os servidores pudessem acompanhar a situação. Na Praça da Matriz, os sindicatos de outras categorias montaram tendas e verdadeiros acampamentos, dando suporte a quem foi participar do protesto, que já se arrasta desde terça-feira, quando deveria ter começado a análise do pacote. 

Em um destes acampamentos, está um grupo do 4º núcleo do CPERS, de Cachoeira do Sul, formado por 15 professores. Eles saíram da cidade às 4 horas de terça-feira e chegaram na capital no começo da manhã de terça, para participar da caminhada com os demais servidores estaduais. "Mantemos o acampamento aqui porque é necessário. Estamos vigilantes, porque temos muito claro o jogo de interesses entre a Assembleia e o Executivo", conta Dina Almeida, 69 anos, professora de matemática aposentada. Na sexta-feira, a categoria vai fazer uma assembleia em São Leopoldo, para definir os rumos do movimento, o que motiva também a permanência de professores na Capital até amanhã.

Enquanto o acampamento era zelado, colegas de Dina estavam no Plenário 20 de Setembro, dentro da Assembleia. Foram distribuídas senhas, permitindo o acesso de alguns ao local onde o PLC estava sendo analisado. "Estamos fazendo um revezamento aqui. Enquanto uns descansam, outros seguem acompanhando", acrescenta Ivonete Amador, 51. Ela é professora com carga horária de 60 horas, com mestrado e dá aula em três escolas. "Falta seis meses para eu me aposentar. Mas se o projeto for aprovado, terei que trabalhar por mais cinco anos", lamenta.


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