STF julga suposta omissão da União sobre desmatamento na Amazônia

STF julga suposta omissão da União sobre desmatamento na Amazônia

Corte vai apurar se há responsabilidade do governo no aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia em 2019 e 2020

R7

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O STF (Supremo Tribunal Federal) começa a julgar nesta quarta-feira (30) uma ação sobre a suposta omissão do Governo Federal diante do desmatamento na Amazônia, além da redução da fiscalização e controle ambientais. Estão incluídos no processo o MMA (Ministério do Meio Ambiente) e outras entidades administrativas federais, como o  Ibama, o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e a Funai. 

De acordo com a ação, que tem como relatora a ministra Cármen Lúcia, a região da Amazônia está passando por um "acelerado processo de desmatamento predatório, que já eliminou 19% de sua cobertura florestal original", de forma a se aproximar de um ponto sem volta, com mudanças irreversíveis, e perdas irremediáveis ao ecosistema.

O processo aponta um "expressivo e sem precedentes aumento dos índices de desmatamento, queimadas e incêndios na Amazônia em 2019 e em 2020, inclusive em níveis ainda mais assustadores dentro de terras indígenas e unidades de conservação federais — de responsabilidade direta da União — o que configura violação massiva e generalizada de direitos fundamentais.

A ação afirma ainda que a atuação estatal é absolutamente deficiente e que houve uma drástica redução da fiscalização e controle ambientais. Além disso, o governo teria desestruturado órgãos e entidades federais responsáveis pela preservação do meio-ambiente. O processo cita a falta de execução do orçamento disponível e o congelamento do financiamento de política pública, além de atos normativos destinados a inviabilizar a atuação estatal. 

O governo federal é acusado também de não garantir dotação orçamentária suficiente para o IBAMA, o ICMBio e a FUNAI que, segundo a ação, não contam com recursos financeiros suficientes para o cumprimento de suas missões, "tendo sido percebida grave queda se comparado com os valores disponíveis em anos anteriores," afirma o texto da ADPF (arguição de descumprimento de preceito fundamental).  Segundo a peça, "há enorme déficit de servidores nos três órgãos, o que tem impossibilitado a atuação suficiente das entidades administrativas".


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