Supremo está vigilante contra agressão, diz ministro Luiz Fux

Supremo está vigilante contra agressão, diz ministro Luiz Fux

Discurso ocorreu horas depois da operação deflagrada pela Polícia Federal para cumprir mandados de busca e apreensão no inquérito que apura suspeitas de fake news

AE

Fux destacou que ofender a instituição representa "notório desprezo pela democracia"

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Ao abrir a sessão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira, o vice-presidente Luiz Fux afirmou que a Corte continua "vigilante contra qualquer forma de agressão à instituição". A afirmação foi feita dias depois da divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, na qual o ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi flagrado defendendo a prisão de ministros do STF.

Fux destacou que ofender a instituição representa "notório desprezo pela democracia". Ele assumiu o comando do tribunal durante o afastamento de Dias Toffoli, internado desde sábado em hospital em Brasília. Apesar dos recados contra ataques ao Supremo, Fux também fez um gesto de conciliação, ao dizer que "o diálogo entre os diferentes faz parte do espírito democrático".

O discurso ocorre horas depois da operação deflagrada pela Polícia Federal para cumprir mandados de busca e apreensão no âmbito do inquérito do STF que apura suspeitas de fake news. Entre os alvos, estão aliados do governo Jair Bolsonaro.

"Imbuído dessa ponderação, este Supremo Tribunal Federal, no exercício de seu nobre mister constitucional, trabalha para que, onde houver hostilidade, construa-se respeito; onde houver fragmentação, estabeleça-se diálogo; e onde houver antagonismo, estimulem-se cooperação e harmonia", disse Fux.

Ele também fez gesto de apoio ao decano da Corte, ministro Celso de Mello, que também foi alvo de ataques de integrantes do governo e de seus apoiadores nos últimos dias. Na semana passada, Celso de Mello determinou a divulgação do vídeo da reunião na íntegra. A gravação faz parte do inquérito que apura a acusação do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro de que Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal.

"Faço especial menção ao nosso decano, ministro Celso de Mello, líder incansável desta Corte na concretização de tantos direitos e garantias fundamentais dos cidadãos brasileiros. Se hoje podemos usufruir liberdades e igualdades dos mais diversos tipos, sem nenhuma dúvida isso se deve, em grande medida, aos mais de 30 anos de judicatura do ministro Celso de Mello neste Tribunal", afirmou Fux.


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