Termina em violência votação sobre transporte por aplicativos no Rio de Janeiro

Termina em violência votação sobre transporte por aplicativos no Rio de Janeiro

Desentendimento entre motoristas teve intervenção da polícia com uso de balas de borracha e gás lacrimogêneo

Agência Brasil

publicidade

Terminou em violência, nesta quinta-feira, a tentativa de votação de um projeto que visa regulamentar o transporte por aplicativos na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Enquanto no Plenário galerias divididas entre taxistas e motoristas por aplicativos se enfrentavam verbalmente, do lado de fora, houve xingamentos, agressões e a intervenção da Polícia Militar (PM), com uso de balas de borracha e de gás lacrimogêneo, na tentativa de acabar com a briga.

Desde o início, o clima já era tenso na Cinelândia. A área foi tomada por dezenas de táxis, estacionados em frente à Câmara. Os motoristas de aplicativos se concentraram ao lado do prédio, separados a uma distância segura por poucos PMs. Quando a sessão na qual seria votado o Projeto de Lei Complementar 78 de 2018 (PLC 78/2018) chegou ao final, sem o quórum mínimo para a votação, os representantes de aplicativos, como Uber e 99, comemoraram do lado de fora, atraindo a ira dos taxistas, que em número bem superior queriam a aprovação do projeto, que limita, na prática, o número de carros de aplicativos autorizados a trabalharem na cidade do Rio.

Pedras e garrafas foram arremessadas, forçando a PM a intervir para dispersar os dois grupos, evitando um confronto de maiores proporções. Quem resistiu a deixar o local, foi empurrado aos gritos pelos policiais, que também lançaram spray de pimenta diretamente no rosto de alguns.

Projeto

O projeto, que tem entre seus autores o próprio presidente da Câmara, vereador Jorge Felippe (PMDB), voltará a discussão na próxima terça-feira. Porém, como se viu na sessão, o assunto está longe de encontrar consenso entre os vereadores. Os que defendem o projeto, dizem que é preciso limitar o número de motoristas de aplicativos, estimados por eles hoje em 105 mil no estado, a fim de se evitar uma concorrência predatória com taxistas e entre eles próprios. Já os que se manifestaram contra a matéria, disseram que limitar o número de motoristas de aplicativo irá prejudicar o cidadão carioca, que ficará com menos disponibilidade de carros.

Embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha julgado que os municípios não podem reduzir o número de motoristas de aplicativos, o PLC 78 torna mais rigorosa a concessão de licenças para motoristas de aplicativos, exigindo, por exemplo, que usem placas vermelhas e os proibindo de fazer pontos em aeroportos e na estação rodoviária. Os motoristas de aplicativos alegam que precisam trabalhar, pois a maioria perdeu o emprego e não consegue recolocação no mercado. Mas os taxistas dizem que seus ganhos caíram em 50% com o surgimento e crescimento da frota de carros por aplicativo. 


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895