"Todo o meu desejo é reduzir as restrições, mas não posso ser irresponsável", afirma Leite

"Todo o meu desejo é reduzir as restrições, mas não posso ser irresponsável", afirma Leite

Governador pontuou que reabrir comércio depende de "tomada de consciência de que precisamos mudar hábitos"

Correio do Povo

Governo avaliará futuro das restrições nesta terça

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Na véspera do vencimento do decreto que proíbe o funcionamento do comércio em todos os municípios do Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite apontou que a reabertura das atividades está condicionada à atitude coletiva no combate à Covid-19. Questionado se haverá um novo documento ampliando as restrições, o chefe do Executivo gaúcho pontuou que ainda não sabe o que fará. Ao mesmo tempo, avaliou que o fechamento do Estado tem efeitos colaterais muito pesados, com consequente redução das rendas das famílias e até mesmo com o custo de empregos.

"É algo muito pesado, portanto, tenho todo desejo de relaxar essas restrições. Só vou fazer se for possível, se percebermos que há uma tomada de consciência de que precisamos mudar hábitos, cada um precisa reduzir contato ao mínimo necessário. A partir daí poderemos estabelecer um entendimento com representações de comerciantes", avaliou em entrevista à Rádio Guaíba. "Todo o meu desejo é reduzir as restrições, mas não posso ser irresponsável e cancelar medidas a partir de efeitos colaterais, cancelar um tratamento necessário. Se for preciso, vamos continuar com o tratamento até que ele tenha surtido o efeito desejado", considerou o tucano.

O governador avaliou que sabe que "as pessoas estão angustiadas quanto ao retorno das atividades" e disse não ter nenhum prazer em adotar medidas restritivas. "Vejo manifestações criticas, dizendo que o governador quer destruir a economia. Que governador gostaria de fazer isso? Isso ocorre a partir do tratamento dado a uma doença para uma população que não tem ainda como tratar disso. As medidas foram o único caminho para tratar disso, para conter o contágio", argumentou, explicando que esta terça-feira será de reuniões com comitês de infectologistas e economistas para analisar os dados sobre o novo coronavírus no Estado.

Os especialistas vão estudar uma pesquisa da Universidade Federal de Pelotas, que aplicou mais de cinco mil testes para ajudar a entender como o virus SARS-Cov-2 está disseminado no Estado. "Também vamos analisar estudos sobre cenários de como poderão ser as próximas semanas no Estado. A partir daí poderemos tomar uma decisão responsável e consciente", ponderou. Leite ainda disse não ter capacidade de ter uma visão preliminar e externá-la com precisão.

Regime diferenciado em cidades não afetadas 

Sobre a possibilidade de abertura do comércio em cidades sem casos confirmados de Covid-19, o governador considerou que é "bastante complexa a análise de dados". Por isso, afirmou que defendeu no início da crise uma regra mínima do Estado, com prefeitos agindo de acordo com as necessidades locais. Sobre as novas diretrizes, Leite pontuou que elas podem considerar tamanho dos municípios, aglomeraçõs urbanas. "Uma regra única sem anaslisar especificidades locais seria pouco adequada, por isso vamos avaliar todos os cenários", comentou.

Contudo, alertou que também pode ser isonômicas, uma vez que os números podem mascarar alguns dados. "Temos 81 municípios com casos confirmados, são aqueles que procuraram o sistema de saúde, mas há muita subnotificação, pessoas que nem procuraram o sistema e tiveram o vírus. E mesmo pessoas que com sintomas mais graves fizeram repouso, mas não o exame. Algumas pessoas falam que nos municípios pequenos podemos liberar, mas temos cidades de três, quatro mil habitantes com casos confirmados. Inclusive alguns com quatro casos o que gera um alto índice de contágio em relação à população", concluiu.

 

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