TRF1 julga ilegal relatório do Coaf que apontou movimentações suspeitas de Frederick Wassef

TRF1 julga ilegal relatório do Coaf que apontou movimentações suspeitas de Frederick Wassef

Na avaliação unânime dos desembargadores, não havia hipótese legal para a expedição do documento

AE

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A Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) considerou ilegal o Relatório de Inteligência Financeira produzido pelo antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimentações suspeitas envolvendo Frederick Wassef, advogado que atendia a família do presidente Jair Bolsonaro. Na avaliação dos desembargadores, não havia hipótese legal para a expedição do documento. O entendimento unânime foi o de que se tratou de 'geração espontânea'.

O relatório foi gerado dias após a operação que colocou o nome de Wassef no centro da cobertura do Caso Queiroz -–o ex-assessor parlamentar do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi preso na casa do advogado em Atibaia, no interior de São Paulo.

O Coaf, por sua vez, disse ao tribunal que seguiu padrão e se baseou em comunicações de origens distintas. A informação sobre o julgamento, que ocorreu em dezembro, foi divulgada pela Folha de S.Paulo e confirmada pelo Estadão. Na esteira da decisão colegiada, o desembargador Ney Bello, relator do caso, paralisou o inquérito sobre Wassef aberto a partir do relatório do Coaf.

A investigação mira pagamentos de R$ 9 milhões da JBS, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, a Wassef entre 2015 e 2019. Apurações que começaram de outras formas e que contam com outras provas estão autorizadas a seguir. Em setembro, o advogado virou réu, ao lado de outras quatro pessoas, em um processo por peculato e lavagem de dinheiro supostamente desviados das seções fluminenses do Serviço Social do Comércio (Sesc), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e da Fecomércio-RJ, como denunciou a força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio.

 

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