Tribunal eleitoral espera proclamar novo presidente do Peru em 20 de julho

Tribunal eleitoral espera proclamar novo presidente do Peru em 20 de julho

Sem provas Keiko Fujimori alega fraude no pleito que deu 50,12% dos votos para Pedro Castillo

AFP

Novo presidente deve tomar posse em 28 de julho

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O tribunal eleitoral do Peru espera proclamar o vencedor da eleição de 6 de junho no Peru entre a candidata de direita, Keiko Fujimori, e o de esquerda, Pedro Castillo, ocorra em 20 de julho, oito dias antes do término do mandato do presidente interino Francisco Sagasti. "Esperamos que na terça-feira da próxima semana [20 de julho] a ata geral de proclamação seja aprovada", disse Alexandra Marallano, assessora da presidência do Júri Nacional de Eleições (JNE), órgão que deve proclamar o vencedor.

"Haverá uma resolução para concluir o processo eleitoral que diga quem são os vencedores e a composição do novo governo", acrescentou a funcionária, citada pela agência estatal Andina. O JNE, que revisou as impugnações de votos, planejava proclamar o novo governante em 15 de julho, mas o atraso de um de seus quatro magistrados em assinar a ata causou uma nova espera.

Após um período de cinco anos de convulsões políticas que levaram o Peru a ter três presidentes em cinco dias em novembro de 2020, o país vive sob tensão desde a votação devido à demora em conhecer oficialmente o vencedor e às acusações feitas por Fujimori de "fraude" a favor de seu adversário, embora sem apresentar provas conclusivas.

A contagem do órgão eleitoral (ONPE), que chegou a 100% há quatro semanas, deu a Castillo 50,12% dos votos contra 49,87% de Fujimori. O novo presidente deve tomar posse em 28 de julho, dia em que expira o mandato de Sagasti e o Peru comemora o bicentenário de sua independência.

Revisão de apelações

Enquanto isso, uma nova marcha de protesto exigindo "novas eleições" devido à suposta fraude a favor de Castillo foi convocada por grupos de direita para esta quarta-feira através das redes sociais. Chamada de '"A marcha final'" e promovida pela desconhecida Frente Libertária Democrática do Peru, o ato convoca a tomada do palácio do governo "para recuperar a democracia".

Fujimori esgotou, na prática, todas as vias legais para anular a eleição alegando "graves irregularidades". O caminho para a proclamação foi traçado na segunda-feira depois que o JNE terminou de analisar 270 impugnações a atas de votação que o partido Fuerza Popular de Fujimori apresentou para anular milhares de votos em mesas que favoreciam seu adversário.

Agora segue um complexo procedimento burocrático pelo qual o JNE envia suas decisões às 60 assembleias de voto do país para que publiquem os resultados. O prazo para apelar dos resultados termina nesta sexta-feira.

Auditoria descartada pelo governo

Fujimori, que enfrenta sua terceira votação, deu a entender no sábado em um comício em Lima que não reconhecerá a vitória de seu adversário se o JNE o proclamar vencedor.

A filha do ex-presidente preso Alberto Fujimori insiste em denunciar uma "fraude", embora observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmem que a votação foi limpa, sem "irregularidades graves".

Os Estados Unidos também declararam que foram "eleições livres, justas, acessíveis e pacíficas", que constituíram um "modelo de democracia na região". Fujimori pediu a Sagasti em 28 de junho que solicitasse uma "auditoria internacional" das eleições, mas seu pedido foi rejeitado. O governo argumentou que a lei o proíbe de interferir na disputa eleitoral e que qualquer irregularidade deve ser resolvida pelo JNE.


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