Vereador de Porto Alegre cogita deixar o PT após votação do Código Eleitoral

Vereador de Porto Alegre cogita deixar o PT após votação do Código Eleitoral

Policial civil, Leonel Radde lamentou posição de colegas de partido que foram favoráveis à quarentena para juízes e policiais

Flávia Simões*

Radde é filiado ao PT desde 1999 e está em seu primeiro mandato na Câmara de Porto Alegre

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A votação do novo Código Eleitoral na Câmara dos Deputados nesta semana gerou estremecimentos na bancada do PT na Câmara de Porto Alegre. Com o apoio de lideranças do Partido dos Trabalhadores, os deputados federais aprovaram emenda, de autoria da base governista, que determina que juízes e policiais que queiram se candidatar precisariam cumprir o período de quarentena. Policial civil e representante da categoria, o vereador Leonel Radde (PT), no Twitter, mostrou forte descontentamento com a atitude dos correligionários e afirmou que irá repensar sua permanência dentro do partido.

A matéria determina que membros do Ministério Público, policiais federais, rodoviários federais, policiais civis, guardas municipais, militares e policiais militares que queiram concorrer nas eleições terão que estar, pelo menos quatro anos antes do pleito, desligados dos cargos.  Agora, o projeto será discutido no Senado. Como policial civil, Radde seria diretamente afetado. O texto foi aprovado em uma emenda aglutinativa. 

A fim de conseguir um posicionamento oficial da sigla, o vereador deve ir a Brasília, na próxima terça-feira, para conversar com lideranças petistas no Congresso, e solicitar que o partido reconheça formalmente sua posição. "Espero que seja a postura de alguns membros. Mas é uma grande derrota pra mim e para os trabalhadores (policiais civis)", avaliou. 

Radde tentou contato com deputados do PT que votaram favoráveis à emenda, mas não recebeu resposta. "Não tem pra onde correr. Dentro do partido não te querem, fora do partido, na corporação, tu vai ser comido. É muita desconsideração", lamentou. Para ele, a emenda pode ser classificada como um "cavalo de troia que a esquerda comprou". 

Segundo ele, desde que expôs seu posicionamento, tem recebido ataques. Ao mesmo tempo, ressaltou que a categoria tem o direito de ser representado dentro da política. "Policial apanha dentro da corporação (por ser filiado a um partido da esquerda) e apanha fora por ser policial", lamenta.

Com a situação, Radde não descarta a possibilidade de sair do partido, mas garante que terminará o mandato. "Eu provavelmente vá terminar o mandato, mas volto para a minha função, para base". Filiado ao PT desde 1999, o vereador está em seu primeiro mandato. 

Na Câmara de Vereadores, o assunto deve ser discutido em reunião da bancada na próxima quarta-feira. "Temos que esgotar estas discussões primeiro internamente na busca da unidade", disse o líder da bancada, vereador Aldacir Oliboni.

*Supervisão de Mauren Xavier


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