Vereador Gabriel Monteiro diz ter filmado relações sexuais para se precaver de acusações de estupro

Vereador Gabriel Monteiro diz ter filmado relações sexuais para se precaver de acusações de estupro

Declaração foi dada em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara do Rio, segundo relator do processo ético-disciplinar

R7

Gabriel Monteiro é alvo de processo na Câmara Municipal do Rio de Janeiro

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Alvo de processo por suposta quebra de decoro parlamentar, o vereador Gabriel Monteiro afirmou em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara do Rio, nesta quinta-feira, que filmava relações sexuais para se precaver de possíveis denúncias de estupro, segundo o relator Chico Alencar.

Em entrevista coletiva, Alencar destacou que a declaração chamou a atenção. "Ele disse que filmava relações íntimas, consensuais, para se precaver de possíveis denúncias de estupro. Bastante singular. E não vê problema éticos nessas filmagens com essa alegação de autoproteção", disse o relator.

Entre os fatos que levaram à abertura de representação contra Monteiro está o vazamento de um vídeo de uma relação íntima com uma adolescente de 15 anos. Durante o depoimento, o vereador voltou a afirmar que não sabia que a jovem era menor na época. No entanto, o relator do caso declarou que as investigações não confirmam a versão. "Ele nega qualquer ciência da idade dela, mas é bom lembrar que a polícia e o Ministério Público vão em uma direção contrária, dizem ter elementos para provar que ele sabia da idade dela, tanto que ele já está indiciado, [e] denúncia recebida", afirmou Chico Alencar.

Presidente do colegiado, o vereador Alexandre Isquierdo disse que Gabriel Monteiro falou sobre os vídeos, com participação de crianças, gravados para o canal na internet do parlamentar, nos quais há suspeita de manipulação. De acordo com Isquierdo, o vereador alegou que se tratavam de ações sociais, no intuito de ajudar as menores.

A oitiva de Gabriel Monteiro encerrou a fase de depoimentos ao Conselho de Ética no processo que pode levar à perda do mandato de vereador. O relatório final do caso deve ser entregue em agosto, após o recesso parlamentar. Ao todo, 12 testemunhas foram ouvidas - oito de defesa e quatro de acusação, entre elas, o delegado Maurício Armond, da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes). Em depoimento, Armond confirmou que a filmagem e a armazenagem do vídeo íntimo com a menina de 15 anos configura crime e que estão em investigação outras supostas ilegalidades cometidas pelo vereador, incluindo acusação de estupro.


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