Witzel questiona afastamento e ataca delação de ex-secretário

Witzel questiona afastamento e ataca delação de ex-secretário

Governador afastado do Rio de Janeiro fez pronunciamento nesta manhã e afirmou que operação de "busca e decepção" não encontrou provas

AE

Governador foi afastado por determinação do STJ

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Dizendo-se "indignado" e "vítima de perseguição política", o governador afastado do Rio, Wilson Witzel (PSC), afirmou na manhã desta sexta-feira que vai recorrer para permanecer no cargo. Ele acusou a Procuradoria da República de perseguição e disse que vai seguir morando no Palácio Laranjeiras. "Não fui despejado", disse.

Witzel fez um pronunciamento de mais de 20 minutos. Acusou a procuradora Lindora Araújo, responsável por sua denúncia, de perseguição e ligação com a família do presidente Jair Bolsonaro, de quem se tornou desafeto. "Uma procuradora cuja imprensa já denunciou um relacionamento próximo com a família Bolsonaro. Bolsonaro que já declarou que quer o Rio de Janeiro, já me acusou de perseguir a família dele", disse Witzel.

O governador afastado chamou a busca e apreensão promovida pela Polícia Federal em sua residência oficial de "busca e decepção". "Não encontrou um real, uma joia. Foi mais um circo. Lamentavelmente, a decisão do excelentíssimo senhor ministro Benedito, induzido pela procuradoria da República, na pessoa da doutora Lindora, que está se especializando em perseguir governadores, desestabilizar os Estados da Federação, com investigações rasas, buscas e apreensões preocupantes", disparou Witzel.

Ele ainda chamou o ex-secretário de Saúde do Estado Edmar Santos - que chegou a ser preso e, em delação premiada, acusou Witzel de ter ligação com desvios - de "canalha" e "vagabundo". De acordo com Witzel, a delação de Edmar Santos é "mentirosa".

Operação 

O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, determinou o afastamento imediato de Witzel por conta de supostos desvios da Saúde do Estado. O órgão também expediu mandados de prisão contra o presidente do partido, Pastor Everaldo, e contra o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Lucas Tristão. O afastamento vale por 180 dias. O vice-governador, Claudio Costa, também do PSC, assume o cargo.

A Polícia Federal fez buscas contra a primeira-dama Helena Witzel e André Ceciliano, presidente na Assembleia Legislativa do Rio. Agentes estiveram na sede administrativa na Casa na rua da Alfandega, a poucos metros do Palácio Tiradentes. Também são alvo das buscas o Palácio das Laranjeiras, o Palácio Guanabara e a residência do vice-governador.

A Procuradoria-Geral da República informou que a operação foi batizada de "Tris in Idem" e que ao todo foram cumpridos 17 mandados de prisão - seis preventivas e 11 temporárias - e 72 de busca e apreensão. As ordens são cumpridas no Distrito Federal e em seis Estados: Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais. Também está sendo alvo de busca e apreensão um endereço no Uruguai, local onde estaria um dos investigados cuja prisão preventiva foi decretada.


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