Agricultores familiares pressionam por apoio

Agricultores familiares pressionam por apoio

Lideranças da Fetag-RS vão à Brasília cobrar medidas para atenuar efeitos da estiagem e solicitar mais recursos ao Plano Safra

Patrícia Feiten

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Lideranças da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS) viajarão a Brasília para uma série de reuniões com representantes do governo federal e parlamentares nos dias 24, 25 e 26 de maio. O objetivo é pressionar por medidas de apoio aos produtores que tiveram perdas com a estiagem e por mais recursos para o Plano Safra. Uma das reivindicações é a ampliação do rebate de 35% nas dívidas de custeio e investimento de operações de crédito contratadas no âmbito do Pronaf.

A Fetag, assim como as entidades representativas da agricultura familiar de Santa Catarina (Fetaesc) e do Paraná (Fetaep), quer que o governo estenda o desconto a parcelas de financiamento que vencerão de 1º de agosto a 31 de dezembro. Autorizado no início de abril, esse desconto foi concedido apenas às operações com vencimento entre 1º de janeiro e 30 de julho. O presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, reconhece que o ano eleitoral pode dificultar o cenário. Segundo Joel, basta “vontade política” para atender os produtores que financiaram as lavouras através de cooperativas e não têm como alongar as dívidas, pois os recursos poderiam vir das emendas de relator, batizadas de “orçamento secreto”. “O que é não possível é estender uma ajuda a só uma parte dos agricultores”, afirma Joel.

Outra preocupação do setor é a retomada dos financiamentos do Plano Safra 2021/2022. Aprovado em abril, o Projeto de Lei (PLN) 1/2022, que abriu um crédito suplementar de R$ 868 milhões no orçamento da União para equalização de juros do plano atual, foi sancionado apenas na última quinta-feira pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. “A perspectiva de chegar dinheiro nos bancos é de 15 dias. É uma vergonha, estamos em plena organização de uma nova safra e não temos recursos na maioria das linhas”, critica Joel.

Após realizarem manifestação pública, em 4 de maio, na sede da Secretaria da Fazenda, em Porto Alegre, os produtores familiares e camponeses ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS), aguardam reunião com o governo estadual. O grupo cobra auxílio emergencial aos agricultores afetados pela estiagem e pela pandemia, anunciadas em 16 de fevereiro e ainda não operacionalizadas. E também aguarda a liberação de um crédito emergencial de R$ 10 mil por unidade familiar.

Segundo o coordenador da Fetraf-RS, Douglas Cenci, a expectativa é que o encontro ocorra até dia 19, conforme sinalizado pelo secretário da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso.


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