Agricultores procuram por bons negócios no setor de máquinas da Expointer

Agricultores procuram por bons negócios no setor de máquinas da Expointer

Maquinários foram responsáveis por 99% do faturamento da exposição no ano passado

Franceli Stefani

Maicon Langer, 30 anos, veio de Santa Catarina para conferir as ofertas na Expointer

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O setor de máquinas é campeão absoluto em volume comercializado na Expointer, na última mostra, foi responsável por 99% do faturamento da exposição. Na área onde estão os tecnológicos e gigantes equipamentos o público aproveita para fazer imagens, mas principalmente para buscar bons negócios. É o caso do produtor rural Maicon Langer, 30 anos, que saiu de Nova Veneza, no Estado de Santa Catarina, para buscar um trator para a propriedade em que cultiva arroz e também aipim.

Pela primeira vez na Expointer, pensa em fechar negócio em um trator, por meio da linha de crédito do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que havia recuado, mas voltou a aquecer a área. “Os juros são inferiores aos ofertados pelo banco, fica em 4,6% ao ano. O que mudou no Pronaf agora é que antes tínhamos dez anos para fazer o pagamento, agora é sete”, conta.

O trator que ele buscava informações, na tarde dessa sexta-feira, era um Mahindra, modelo 6060, que custa R$ 89.500, considerado ideal para o tipo de produção que ele atua. “Queremos inovar, sabemos que para isso é preciso investir. O bom aqui da feira é que o preço é um diferencial junto com mais opcionais, que fazem valer a pena”, pondera o produtor, que pela primeira vez esteve na feira.

O agricultor Cleber Luiz Bridi, 32 anos, é gaúcho e afirma que a Expointer é um lugar de fazer bons negócios, pesquisar preços e tentar descontos, além de condições especiais de financiamento. No estande da John Deere, ele observava uma máquina pulverizadora para a propriedade, que trabalha com soja, milho, trigo e feijão, na cidade de Dois Irmãos das Missões, em Palmeiras das Missões.

Conforme ele explica, durante a visita encontrou o produto à venda com valores variados. Os modelos custam entre R$ 500 mil a R$ 1 milhão, segundo a marca e tecnologia embarcada. Ele diz que a totalidade do bem seria adquirida pelo Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras, o Modernfrota. A linha abrange equipamentos novos e usados. “Aqui conseguimos uma condição especial, o valor já é diferenciado e há linhas especiais com créditos já pré-aprovados. Eu penso em aumentar a produção, para isso é fundamental melhorar a qualidade dos equipamentos”, afirma Bridi.

As falas dos produtores vão ao encontro ao que diz o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier. Mesmo com o balanço de vendas não fechado, comemora que houve aumento nos números. “Vai render mais do que o ano passado, pelo que temos falado com colegas industriais e agências bancárias. Houve incremento para os agricultores nas linhas de financiamento, com juros mais em conta”, enaltece.

A expectativa, antes da feira era de negociar R$ 2,4 bilhões na edição de 2019 – R$ 120 milhões a mais do que no ano passado, ou 5%, quando só em maquinários e implementos foram comercializados R$ 2,28 bilhões. “Ainda não fechamos os números, mas além do que foi vendido aqui ainda há o pós-feira, onde muitas compras são fechadas”, expressa.

De acordo com o presidente, o produtor se deu conta de que é necessário investir em maquinário para aumentar a sua produção e crescer. Bier conta que pediu para o governador Eduardo Leite para que a área onde estão localizados os expositores seja aumentada. “Temos uma área de 13 hectares. O ideal seria que tivéssemos mais dez hectares, acredito que não seja possível isso tudo. Hoje o espaço que temos está saturado, temos 145 expositores, sendo que muitos querem crescer seus estandes e ainda há empreendedores novos, que estão na fila para chegar", explica.

Para a Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA/Abimaq), com base no levantamento feito com os expositores, as intenções de compras ficaram estáveis em relação à edição do ano passado. Nos segmentos de máquinas para grãos o resultado foi 1% menor. Já nos equipamentos para pecuária houve decréscimo de 5%. Na armazenagem foi de 10% a menos. Na média ponderada, a queda foi de 2%.

Para o presidente da entidade, Pedro Estevão Bastos, os resultados apurados na Expointer são “muito bons, apesar da leve queda de 2% a base de comparação”. O que gera otimismo, como explica ele, é a intenção de compra, que na edição de 2018 foi excelente.


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