Aprosoja questiona uso do pacote tecnológico com dicamba

A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) alertou seus associados quanto a possíveis consequências do uso da plataforma Intacta2 Xtend – tecnologia de sementes geneticamente modificadas da Bayer tolerantes ao herbicida dicamba –, sobretudo se ocorrer deriva para lavouras que não usam o mesmo produto. Em comunicado, a entidade diz que a fabricante promoveu os benefícios da aplicação do produto na fase de pós-plantio do grão, mas depois alterou o registro do herbicida Xtendicam, que integra o pacote Intacta2 Xtend, e passou a recomendar seu uso apenas em pré-plantio.

“Caso opte por utilizar tanto as sementes transgênicas quanto o herbicida dicamba, o produtor precisa entender que ele estará por sua conta e risco e que poderá ter problemas, mesmo que adote todas as recomendações de bula”, adverte a nota da entidade. “Outrossim, diante dos fatos novos, os eventuais prejuízos a ele e a terceiros não serão assumidos pela empresa que lhe vendeu as sementes ou o herbicida”, complementa.

Terceira geração de biotecnologia de soja da multinacional alemã, a solução foi lançada no Brasil em junho deste ano. O herbicida à base de dicamba chegou a ser temporariamente suspenso nos Estados Unidos no ano passado, mas foi liberado em outubro, após ajustes.

A Aprosoja pediu às autoridades brasileiras “um regulamento mais rigoroso para o herbicida” e a suspensão da venda do pacote até que a fabricante garanta o uso seguro do defensivo, independentemente da fase da cultura.

Empresa

De acordo com a Bayer, as orientações para o uso seguro da plataforma Intacta2 Xtend no Brasil foram elaboradas após “diversos estudos agronômicos, ambientais e toxicológicos” e devem ser seguidas rigorosamente pelos produtores. A empresa lembra que o dicamba foi aplicado em mais de 2 mil hectares cultivados em áreas experimentais no país na safra 2020/2021 e que todos os resultados da experiência foram satisfatórios.