Carta aberta de entidades gaúchas do setor rural apoia projeto que altera legislação de agrotóxicos

Carta aberta de entidades gaúchas do setor rural apoia projeto que altera legislação de agrotóxicos

PL 260/2020, enviado pelo Executivo à Assembleia Legislativa, propõe alinhamento do Rio Grande do Sul à legislação federal e retira exigência de registro de defensivos nos países em que são fabricados

Nereida Vergara

publicidade

O Rio Grande do Sul é o único Estado do Brasil que exige, para a importação de defensivos agrícolas, o registro no país de origem onde a substância é fabricada. O Projeto de Lei 260/2020, encaminhado pelo governo Eduardo Leite à Assembleia Legislativa, pretende retirar este requisito e colocar o Estado em condições de igualdade com as demais unidades da federação onde os agricultores têm acesso a produtos que os produtores locais não têm. Prevendo uma larga discussão que chamaram de “ideológica” sobre o assunto, entidades representativas do meio rural no Estado lançaram ontem uma carta aberta em apoio ao projeto do Executivo.

No manifesto, assinado por entidades como a Farsul, Federarroz, Fetag, Fecoagro, Aprosoja/RS, entre outras, os dirigentes ponderam que “caso seja mantida uma interpretação limitadora sobre o registro, poderá haver uma grave ruptura na oferta de defensivos agrícolas”, o que “coloca em jogo a continuidade do desenvolvimento da agricultura e da oferta de insumos aos produtores - em um momento de graves consequências causadas pela pandemia e a estiagem”. 

O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, destaca que convicções ideológicas e sem embasamento científico não podem manter a atual norma praticada no Estado, pois isso vai prejudicar a competitividade da produção agrícola gaúcha. “Na verdade, o projeto de lei do governo apenas nos alinha com o restante do país”, diz Joel, ao salientar o quão injusto é que outros estados tenham acesso a produtos que o RS não pode ter.

Alexandre Velho, presidente da Federarroz, acrescenta ao raciocínio o fato de que muitos países produzem substâncias que não registram internamente por não terem os cultivos a que se aplicam. “O projeto nos coloca em consonância com a lei federal, garantindo o direito do produtor gaúcho às mesmas condições de produtividade que os demais produtores brasileiros” completa. “O assunto deve ser avaliado de forma técnica, jamais com viés ideológico”, acrescenta o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Farsul, Domingos Velho Lopes.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895