Cenário externo favorece exportações de frango

Cenário externo favorece exportações de frango

Brasil supre lacuna criada por redução de embarques da Ucrânia e disseminação de gripe aviária e prospecta novos mercados na Ásia

Patrícia Feiten

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A guerra travada na Ucrânia, um dos principais exportadores mundiais de carne de frango, e a descoberta de focos de gripe aviária em outros fornecedores, como os Estados Unidos, vêm favorecendo os embarques brasileiros da proteína, segundo o diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luis Rua. A projeção da entidade é que as exportações do país cheguem a 4,9 milhões de toneladas neste ano, um aumento de 6% na comparação com 2021. O mesmo percentual de crescimento é estimado para 2023.

“O Brasil tem sido chamado por uma série de países que também compravam da Ucrânia, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, países da região do Golfo e mesmo da União Europeia”, diz Rua. Os controles de biossegurança também possibilitam ao país prospectar novos mercados na Ásia, especialmente entre países de maioria muçulmana que consomem frango halal, como Bangladesh, destaca o executivo. “O Brasil, desde 2004, é líder nas exportações de carne de frango e vem reforçando sua posição em função de um status sanitário diferenciado. O Brasil nunca teve um caso de influenza aviária”, observa Rua.

O bom desempenho das exportações também vem sendo acompanhado pela evolução dos preços. Hoje, o preço médio da carne de frango exportada por tonelada está acima de 2 mil dólares, frente a patamares entre 1,6 mil e 1,7 mil dólares no início do ano. “As cadeias globais de valor estão desajustadas, e o Brasil tem sido um porto seguro para vários países”, afirma Rua.


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