Clima impede avanço da semeadura de arroz no Rio Grande do Sul
Volume de chuvas atrapalhou trabalho no campo das principais regiões produtoras
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Há um ano, 80% das lavouras estavam implantadas. “Apenas a região da Fronteira-Oeste está mantendo o ritmo de plantio”, afirma Schoenfeld, que diz tratar-se do pior desempenho do plantio de arroz gaúcho nos últimos oito anos. A estimativa é de que a perda de produtividade por hectare deva ficar em uma tonelada. “Agora não depende mais do produtor. Precisaríamos fazer um acordo com São Pedro para termos um março de 2018 com condições excepcionais de colheita”, completa.
O diretor técnico do Irga, Maurício Fischer, diz que não é só o Rio Grande do Sul que sofre com as condições climáticas para o plantio do arroz. Participando da reunião semestral do Fundo Latino Americano do Arroz Irrigado, na Colômbia, Fischer aponta que Argentina, Uruguai e Paraguai enfrentam o mesmo problema. “Além do clima, o produtor lida com a falta de dinheiro. Hoje a saca de 50 quilos do arroz está em R$ 35, quando devia estar em R$ 50 para cobrir os custos”, avalia. Na safra 2016/2017, o Rio Grande do Sul plantou 1,1 milhão de hectares e colheu 8,7 milhões de toneladas. Neste ano, as intenções de plantio, conforme o Irga, ficaram em 1,07 milhão de hectares.
O presidente da Associação dos Arrozeiros de Uruguaiana e Barra do Quaraí, Roberto Fagundes Ghigino, afirma que nas duas cidades, onde a intenção de plantio é de 106 mil hectares, 80% das lavouras já estão implantadas. “Nós acreditamos que podemos avançar mais 10% até o dia 15”, analisa.