CNA debate segurança alimentar em evento com a FAO, academia e Ipea

CNA debate segurança alimentar em evento com a FAO, academia e Ipea

Encontro ocorreu nesta quarta-feira e expôs dados que revelam recuo de consumo de alimentos per capta entre a população com renda até dois salários mínimos

Correio do Povo

Queda nas áreas plantadas de alimentos básicos, como o feijão, também influencia no acesso a comida pelas camadas mais pobres

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Em evento reunindo representantes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), da American University de Washington e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) debateu nesta quarta-feira  "O Acesso aos Alimentos e as estratégias para garantir a segurança alimentar no Brasil e no Mundo". O encontro faz parte de uma série promovida pela entidade, que pretende trazer dados sobre a infraestrutura, a produção e a importância do agronegócio brasileiro, os quais possam ser usados nos projetos dos candidatos às eleições de 2022. A CNA vai elaborar uma compilação destas propostas para entregar aos postulantes à Presidência da República.

Dados coletados e interpretados pelo técnico em pesquisa e planejamento do Ipea Alexandre Arbex Valadares apontam para o empobrecimento da população brasileira nos últimos 10 anos, com agravamento a partir de 2018. Segundo Valadares, com base em informações de levantamentos conduzidos pelo IBGE entre 2008 e 2018, o consumo per capta de alimento entre as famílias mais pobres (com renda de até dois salários mínimos) caiu de 225 quilos por pessoa/ano em 2008 para 198 quilos em 2018, e acompanha o recuo acentuado da renda média de populações da região norte e nordeste, cerca da metade da renda média observada nas regiões sul e sudeste.

O técnico do Ipea ressaltou ainda que em pelo menos 888 municípios do país houve diminuição na área plantada com alimentos básicos, como arroz, feijão e mandioca, o que reflete no custo e no acesso a estes alimentos pelos brasileiros da faixa de renda mais baixa. Conforme Alexandre Valadares, o quadro de pobreza se acentuou mais em lares onde habitam crianças e menos em lares habitados por pessoas com mais de 60 anos, o que comprova a importância das aposentadorias na manutenção da segurança alimentar.


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