Cooperativismo agropecuário comemora desempenho de 2020

Cooperativismo agropecuário comemora desempenho de 2020

Projeção é de que o segmento deve faturar R$ 25 bilhões, número próximo ao registrado em 2019

Nereida Vergara

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O cooperativismo agropecuário deve ter um faturamento no Rio Grande do Sul próximo a R$ 25 bilhões em 2020, repetindo o desempenho de 2019, apesar dos impactos da pandemia do Covid-19 e da estiagem, que provocou quebra de safra em culturas importantes como o milho, o trigo e a soja.

O presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro/RS), Paulo Pires, afirma que as 27 cooperativas representadas pela entidade tiveram mais problemas causados pela falta de chuva do que pelo coronavírus.  Segundo ele, o setor de produção de alimentos foi desafiado a não parar na pandemia e cumpriu rigorosamente seu papel, mantendo o abastecimento à população e sendo valorizado por isso. 

Na comercialização de grãos, Pires destaca que o ano teve características interessantes,  uma vez que os preços históricos das commodities garantiram o crescimento, mesmo que discreto, no faturamento das cooperativas, compensando as perdas de volume nos plantios, acima de 30 por cento nas lavouras de milho, trigo e soja. 
Para 2021, o dirigente vê boas perspectivas e acredita que, novamente, o fator determinante será muito mais o clima - o qual definirá o sucesso ou não das lavouras de grãos - do que a continuidade da pandemia. "O produtor investiu e a chance de uma safra melhor existe, faltando saber, claro, como será o comportamento do fenômeno La Niña", complementa.

O presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, também avalia como positivo o desempenho do cooperativismo como um todo. "Na pandemia, o cooperativismo foi convocado para a batalha e não decepcionou, na produção de alimentos, nas áreas de crédito e de saúde", diz. Perius, no entanto, expressa grande preocupação com a situação econômica nacional e o contingente de brasileiros que entrarão em 2021 sem emprego e sem renda.  

Ele garante que o país precisa traçar políticas para gerar mão-de-obra e qualificar a grande massa de desempregados e que "o cooperativismo tem plenas condições de auxiliar nesta tarefa, multiplicando o conhecimento em várias áreas".


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