Custo pressiona cultivo de grãos
Pesquisa da FecoAgro mostra que as lavouras de soja e milho estão cerca de 50% mais caras
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Os produtores de soja e milho que ainda não fizeram as compras de insumos para o plantio vão enfrentar custos de produção que, segundo o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro), Paulo Pires, atingiram níveis muito preocupantes.
Levantamento divulgado ontem pela entidade indica que, nos últimos 12 meses, o custo total para a produção da soja subiu 48,45%, de R$ 3.643,02 para R$ 5.408,23 por hectare. O equivalente para pagar toda essa conta passou de 31,20 para 35,58 sacas, uma elevação de 13,72%, no mesmo período.
No milho, a alta no custo total foi ainda maior, chegando a 52,01%, o que elevou o valor de R$ 5.034,58 há um ano para R$ 7.653,15 no início de agosto. A relação de troca para o grão, no entanto, melhorou. Graças ao aquecimento dos preços do cereal, e o produtor precisará colher 85,13 sacos para pagar o custo total, 16,69 sacos a menos que na safra passada.
O economista Tarcísio Minetto explica que o crescimento expressivo dos custos se deve à alta de todos os insumos, entre os quais fertilizantes, agroquímicos, máquinas e implementos agrícolas. “Houve situações em que o reajuste chegou a 100%”, relata.
Paulo Pires frisa que o produtor que conseguiu se organizar e comprar antecipadamente seus insumos tende a obter uma relação de troca melhor. O dirigente observa que mesmo com o impacto dos custos, o momento é favorável para o produtor e a capitalização deve permitir crescimento de 2% na área plantada de soja, que na última safra foi de 6,05 milhões de hectares, e 5% na do milho, sobre os 801 mil hectares do ciclo 2020/2021.