Demanda aquecida eleva prêmio no mercado da soja

Demanda aquecida eleva prêmio no mercado da soja

Acréscimo por bushel, que chegou a ser negativo em maio, alcançou 2,10 dólares ontem, influenciado por problemas na América do Norte

Nereida Vergara

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A sazonalidade é o principal fator de influência sobre a elevação do valor do prêmio pago na exportação da soja brasileira no último mês, assim como problemas climáticos ocorridos na América do Norte, onde tempestades colocaram em risco os embarques da oleaginosa para os compradores. 

O professor de Economia Nilson Costa, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), elaborou um estudo do comportamento do prêmio ao longo do ano. Segundo ele, o período de janeiro a maio tem prêmios menores e às vezes até negativos sobre o valor do bushel cotado na Bolsa de Chicago. “Na entressafra da soja, com menos produto disponível, os compradores se dispõem a pagar mais pelo produto”, explica. Em maio, quando o volume de grãos era alto em razão da safra recorde, o prêmio rondou os 60 centavos de dólar negativos.

Ontem, no Porto de Rio Grande, o prêmio atingiu 2,10 dólares sobre o bushel. “Isto coloca o produtor brasileiro numa condição muito vantajosa quase durante o ano inteiro, já que no início do ano o prêmio estava menor mas a cotação em Chicago e o câmbio mais altas”, completa o especialista. 

Analista de grãos da corretora AgRural, Alaíde Ziemmer ressalta que problemas em portos do Golfo do México, onde tempestades atrasaram embarques, favoreceram a soja brasileira. O prêmio mais aquecido, que no dia 15 chegou a elevar o preço da saca no Porto de Paranaguá a R$ 175,00, na última terça-feira levou a cotação a R$ 172,00, segundo o Cepea/Esalq. Alaíde afirma que os negócios ocorrem em maior volume no Rio Grande do Sul. 


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