Entidades da área de transportes criticam novo percentual do biodiesel no diesel

Entidades da área de transportes criticam novo percentual do biodiesel no diesel

Em resposta, produtores de biocombustíveis sustentam que não comprovação de que mistura causa problemas

Danton Júnior

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Um grupo de entidades ligadas ao setor de transportes manifestou preocupação com a elevação do percentual de biodiesel no óleo diesel, que passou de 10% para 12%. Em nota, o setor alega que a elevação da mistura obrigatória até 15% está condicionada à realização de testes que não confirmaram a viabilidade da utilização destes teores. "A maioria dos relatórios apresentados pelas montadoras evidenciou preocupações quanto ao aumento do teor de biodiesel no diesel", afirma o texto.

Entre os signatários estão a Confederação Nacional do Transporte (CNT), Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis). O texto informa ainda que teores elevados de biodiesel provocam congelamento do produto, formação de borras em motores, paradas repentinas de caminhões, entupimento de filtros, deterioração precoce de peças e outros problemas que geram aumento de custos.

A Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) respondeu informando que "não há documentos que comprovam relação exclusiva do biodiesel" com os problemas enumerados pelas entidades do transporte. Segundo a Aprobio, amplos estudos e testes foram realizados pelos ministérios de Ciência e Tecnologia e de Minas e Energia com a finalidade de garantir a qualidade do biodiesel. Também alega que, a partir desses estudos, foram feitos os investimentos necessários para aprimorar as especificações do produto.

"Entre 2008 e 2020, o biodiesel proporcionou a redução na importação de 47 bilhões de litros de diesel fóssil. Isso representou uma economia de mais de US$ 30 bilhões que deixaram de ser remetidos ao exterior", informou a entidade, em nota. A Frente Parlamentar Mista do Biodiesel considerou "leviano" o posicionamento das entidades do transporte. 
 


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