Fóruns atualizam produtor sobre questões técnicas e comerciais

Fóruns atualizam produtor sobre questões técnicas e comerciais

Assuntos como sustentabilidade da lavoura, escoamento e comercialização das safras devem ser abordados

Cínthia Marchi

Assuntos como sustentabilidade da lavoura, escoamento e comercialização das safras devem ser abordados

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Promovida em meio a uma safra que deve ser menor do que a anterior por conta de questões climáticas e de menos investimentos nas lavouras como consequência dos baixos preços das commodities e dos altos custos de produção ao longo do ano passado, a 19ª Expodireto Cotrijal deve lotar o seu auditório central para os fóruns previstos na sua programação. Lideranças e produtores rurais vão ouvir os palestrantes abordarem a conjuntura econômica, oportunidades de mercado, inovações no setor produtivo, expansão da produtividade e desafios para aumentar as exportações. 

O 29º Fórum Nacional da Soja, que ocorre na terça-feira e é o único com venda de ingressos, discutirá temas pensando na sustentabilidade da cultura. O superintendente de Produção da Cotrijal, Gelson Melo de Lima, diz que, embora haja avanços relevantes em termos de produtividade da soja no Estado e no país, é preciso que os agricultores reflitam sobre o atual sistema de cultivo. É por isso que os fundamentos técnicos do plantio direto estarão em discussão.

“Estamos, ou por necessidade ou por comodismo, negligenciando algumas práticas do plantio direto”, avalia Lima. “O tempo cobrará o preço”, adverte. Segundo o superintendente, números da região de cobertura da Cotrijal mostram menos adesão à rotação de culturas, um dos princípios do sistema de produção, nos últimos anos. “O milho ocupava quase um terço das lavouras no verão. Hoje são 10%”, observa.
 

No último painel do Fórum da Soja, o professor da Universidade de São Paulo, Marcos Fava Neves, falará sobre “O Futuro do Agronegócio”. Paulo Pires, presidente da Fecoagro/RS, entidade que promove o fórum junto com a Cotrijal, diz que o desafio para a soja, a partir de agora, é o de continuar crescendo, “mesmo com custos de produção cada vez maiores e preços não tão interessantes”.

No 14

Também para quarta-feira está programado o Fórum do Trigo, outra cultura que sofre com cotações inferiores ao preço mínimo. O consultor Luiz Carlos Pacheco dará algumas sugestões para que se consiga aumentar a liquidez e a rentabilidade. Ele defende a exportação como uma das saídas. Para Pacheco, o trigo produzido no Estado, de qualidade inferior, tem que ser destinado ao sul da África e ao sudoeste da Ásia, duas regiões demandantes do grão. E o governo deve pagar a diferença entre o preço de mercado e o preço mínimo que eventualmente não consiga ser atingido pelo triticultor. “O governo tem que incentivar o agricultor a plantar mais trigo, uma cultura importantíssima, até porque ele também ganhará em arrecadação”, analisa Pacheco. 
 

 


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