Organizadores da 19ª Expodireto Cotrijal esperam crescimento nos negócios

Organizadores da 19ª Expodireto Cotrijal esperam crescimento nos negócios

Com melhora do setor agrícola, previsão é de aumento de mais de 20% em relação ao ano passado

Danton Junior

Com melhora do setor agrícola, previsão é de aumento nos negócios de mais de 20% em relação ao ano passado

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No embalo do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) após dois anos de recessão, anunciado na última quinta-feira, com protagonismo do setor agrícola, a 19ª Expodireto Cotrijal será aberta nesta segunda-feira, em Não-Me-Toque, com expectativas otimistas. Segundo os organizadores, a projeção é de que os negócios possam crescer mais de 20% em relação ao ano passado, quando as intenções de compra somaram R$ 2,1 bilhões e reverteram uma sequência de dois anos de queda.

Embora a safra de grãos se encaminhe para um volume menor que o do ano passado - quando o Rio Grande do Sul colheu 35 milhões de toneladas e o Brasil 237 milhões de toneladas -, devido ao impacto do La Niña e da redução dos investimentos na lavoura, os sinais de recuperação da economia sustentam o otimismo. O presidente da Cotrijal, Nei Mânica, assinala que, mesmo inferior ao ciclo 2016/2017, a safra 2017/2018 deverá ser excelente. "O produtor ainda tem bom volume de estoques do ano passado, que não comercializou", acrescenta, destacando que esta condição pode impactar positivamente no volume de negócios encaminhados durante a exposição. O cenário aumenta a expectativa com relação ao anúncio da previsão de colheita para a safra 2017/2018, que a Emater realiza na manhã desta terça-feira.

O ponto negativo é o preço pago pelas principais commodities agrícolas, que está abaixo dos patamares registrados há um ano - em especial o do leite, do trigo e do arroz - conforme levantamento semanal feito pela Emater. Esta preocupação vai estar em pauta durante os tradicionais fóruns realizados ao longo da semana no Parque da Expodireto. "O governo tem que intervir no momento em que há excesso de produção ou uma queda muito grande de demanda, para que haja equilíbrio entre custo de produção e a receita", defende Mânica. O quadro eleitoral indefinido, que promete provocar impacto no câmbio em 2018, acrescenta um ingrediente a mais no clima de expectativa que cerca esta edição da feira.

No setor de máquinas agrícolas, as taxas de juros do Moderfrota estão inferiores às do ano passado - caíram de 8,5% para 7,5%. Mas, com a queda da Selic, hoje em 6,75%, e da inflação, entidades do segmento alegam que as taxas destinadas à aquisição de equipamentos deveria ser ainda menor.

Grande parte do sucesso alcançado pela produção agrícola na última safra está relacionada à adoção de tecnologias de ponta, quesito no qual a Expodireto é uma referência. Na região de Não-Me-Toque, considerada a Capital Nacional da Agricultura de Precisão, a produtividade da soja supera as 70 sacas por hectare - bem acima da média do Rio Grande do Sul, que é de 56 sacas.

Os obstáculos à inovação no campo, como a carga tributária, por exemplo, estarão entre os temas da audiência pública da Comissão de Agricultura do Senado, que ocorre na sexta-feira, no auditório central. Os objetivos são discutir o acesso do produtor a estas inovações, identificando áreas que ainda carecem de modernização, e debater alternativas para garantir maior renda. "Temos muitas restrições comparativamente aos nossos concorrentes do Mercosul", afirma a senadora Ana Amélia Lemos, proponente da audiência pública.

Ficha técnica

Quando: 5 a 9 de março.
Onde: Parque da Expodireto Cotrijal, ERS 142, km 24, em Não-Me-Toque.
Horário: 8h às 18h.
Expositores: 510.
Comercialização esperada: R$ 2,5 bilhões (20% acima da edição passada).
Público: 240 mil (em 2017).
Entrada: gratuita.
Estacionamento: R$ 25 para carros e motocicletas e R$ 30 para ônibus e vans. O passe livre para toda a feira custa R$ 100.





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