Sindicalc prevê que Rio Grande do Sul poderia dobrar consumo de calcário

Sindicalc prevê que Rio Grande do Sul poderia dobrar consumo de calcário

Presidente Zamberlan ressalta que produtor prefere insumos caros e esquece do produto barato e gaúcho

Halder Ramos

Sindicato defende ampliação do uso no Rio Grande do Sul

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O Sindicato da Indústria de Calcário no Rio Grande do Sul (Sindicalc) quer conscientizar o produtor rural sobre a importância da utilização do insumo para aumentar a produtividade da lavoura. O presidente da entidade, Roberto Zamberlan, observa que os produtores gaúchos fazem subconsumo do calcário. Ele explica que as 11 indústrias gaúchas produziram três milhões de toneladas em 2017. “O recomendado é seis milhões de toneladas para a área agrícola do Rio Grande do Sul e as indústrias possuem capacidade para dobrar a produção, mas não existe demanda”, alerta.

Zamberlan observa que o produtor investe em fertilizantes, mas poderia ter resultados significativos com o calcário. “Nosso produtor usa metade do calcário recomendado. Se ele quiser aumentar a produtividade com baixo custo, o calcário é a primeira providência. Enquanto a tonelada do fertilizante custa R$ 1,3 mil, a do calcário é R$ 60”, diz. Segundo Zamberlan, o produto é o de menor custo na produção agrícola. “O produtor uso o insumo caro e esquece do que é nosso, é gaúcho e bem mais barato”, compara.

Conforme o presidente, a produção agrícola na metade Norte do Estado foi alavancada pelo uso do insumo. “O calcário foi responsável pela redenção da metade Norte, que tinha solo extremamente ácido”, recorda.

O presidente salienta que a utilização recomendada dos níveis de calcário garante o aumento de produtividade. Com o manejo de solo adequado, a rentabilidade da soja gaúcha, que é de 48 sacas por hectare, pode atingir 100 sacas. “Desejamos altíssima produtividade, mas fizemos um apelo para que o produtor use os níveis recomendados pelos agrônomos. Quando usar o que é recomendado, imaginem o potencial que pode alcançar”, afirma.

Zamberlan cita que o insumo é fundamental para o manejo e descompactação do solo. “É um macronutriente secundário, fornecedor de cálcio e magnésio. Ninguém faz lavoura sem corrigir o solo”, afirma. O presidente observa, ainda, que o calcário não enfrenta problema para armazenagem. “O insumo pode ficar exposto. Não estraga por ficar no tempo. É uma rocha com mais de 300 milhões de anos”, diz.

Correio do Povo
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