Trigo é apontado como alternativa para ração
Participantes de fórum entendem que grão cultivado no inverno pode entrar na alimentação animal
publicidade
O uso de cereais de inverno na alimentação de suínos e frango de corte pautou o Fórum da Cultura do Trigo nessa quarta-feira, no auditório Central da Expodireto. Os palestrantes alertaram para o déficit na produção de milho para o consumo animal e defenderam a necessidade de ampliação das lavouras de trigo como alternativa sustentável.
Para a pesquisadora Teresinha Marisa Bertol, da Embrapa, o trigo pode suprir o déficit de milho, que chega a quase 5 milhões de toneladas se somadas às necessidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “A inclusão do trigo na alimentação animal é técnica e economicamente viável desde que sejam feitos ajustes nutricionais. Há um mercado potencial expressivo. Em outros países, como a Rússia, o trigo contribui com 60% na alimentação de suínos. Os maiores desafios são a produção, organização do mercado e a logística”, afirmou.
O agrônomo Airton Spies, administrador do Fórum do Trigo, destacou que não vai faltar mercado para o trigo na região Sul do Brasil. “Os cereais de inverno são aprovados no mundo para ração. Não há problema técnico para o uso no consumo animal”, reiterou. O fórum também apresentou os resultados do Ensaio de Cultivares em Rede. O estudo publicado pela Fundação Pró-Sementes, realizado com apoio do Sistema Farsul, revela o impacto da escolha da cultivar de trigo mais apropriada para diferentes regiões.
“Temos muita variação entre as regiões, por isso é importante ter um olhar atento para a cultivar que tem um desempenho consistente em uma determinada zona. A cada ano, as empresas têm se empenhado para desenvolver cultivares com novas propriedades, resistentes a diferentes condições climáticas, por isso é importante analisar a evolução delas”, ressaltou Kassiana Kehl, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Pró-Sementes. Conforme Kassiana, a variação entre cultivar a de melhor e pior rendimento em um único hectare pode resultar em uma diferença de R$ 1.476 no bolso do produtor.