Área cultivada no Rio Grande do Sul vai crescer 1% no ciclo

Área cultivada no Rio Grande do Sul vai crescer 1% no ciclo

Lavouras de verão vão ocupar 7,578 milhões de hectares, segundo Emater

Correio do Povo

Durante anúncio, em Esteio, Kuhn revelou que expansão será puxada pela soja

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As lavouras de verão do Rio Grande do Sul vão ocupar 7,578 milhões de hectares no ciclo 2017/2018, com um avanço de 1% sobre os 7,502 milhões de hectares do ciclo 2016/2017. Apesar disso, a produção tende a cair 10% em relação às 33,3 milhões de toneladas da safra passada, ficando em 29,9 milhões de toneladas, porque não se espera a repetição das condições excepcionalmente favoráveis, com clima perfeito, que ajudaram a colheita mais recente. A estimativa, que é a primeira feita para o ano agrícola de julho de 2017 a junho de 2018, foi divulgada nessa terça-feira pela Emater, na Expointer.

A soja, mais uma vez, chama atenção por um novo avanço. A área de cultivo da oleaginosa deve crescer 3,16%, indo de 5,528 milhões para 5,702 milhões de hectares. Segundo o presidente da Emater, Clair Tomé Kuhn, isso puxou o índice geral para cima, já que outras lavouras sofrerão redução. “A soja cresce em cima da área de arroz, que está diminuindo, do milho, que vai diminuir, e também vai se expandir em cima de áreas novas de campo, onde o agricultor está tirando o gado e inserindo soja”, resumiu Kuhn.

O titular da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcisio José Minetto, observou que as últimas cinco safras foram praticamente normais. Confirmou que “isso é bom”, mas lembrou que, como ainda têm muito estoque por comercializar, os produtores devem considerar que o momento exige “decisões mais apuradas”.

O arroz deve ocupar uma área 0,33% menor do que os 1,104 milhão de hectares da safra passada. O mesmo deve acontecer com o milho, que tem uma projeção de área a ser plantada 11,65% menor do que a do ano anterior. O plantio já foi iniciado e deve ocupar 731 mil hectares. A redução da intenção de cultivar o grão foi atribuída por Kuhn às baixas cotações. “Há demanda, mas não há um preço mínimo”, analisou.

Para a primeira safra do feijão, a estimativa da Emater é de um aumento de 2,85% na extensão da lavoura, para 43,7 mil hectares. Embora a área seja maior, a produção projetada para este ano é 18,91% menor do que a do ano passado, caindo de 74 mil toneladas para 60 mil toneladas.

O extensionista e especialista em grãos da Emater, Alencar Rugeri, ressalta que existe a preocupação com duas principais questões. “No cultivo do milho, os fatores econômicos têm superado a técnica”, enumera. “Com relação à soja, o que nos tem causado preocupação é o tamanho da área que o Estado tem à disposição para o plantio”, prossegue. “É preciso muita cautela, pois são áreas de vulnerabilidade, espaços não tradicionais, o que exige um maior cuidado do produtor no uso e adoção da tecnologia.” Segundo Rugeri, este é um momento em que o produtor deve investir mais em tecnologia de informação para poder fazer um plantio de qualidade.

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