Ativistas da causa animal protestam em frente às bilheterias da Expointer

Ativistas da causa animal protestam em frente às bilheterias da Expointer

Grupo levou cartazes em defesa dos direitos dos animais ao Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio

Jonathas Costa e Luciamen Winck

Ato reuniu cerca de 40 pessoas com cartazes em frente as bilheterias do Parque Assis Brasil

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Um grupo de cerca de 40 ativistas da ONG Princípio Animal protestou na manhã deste domingo em frente a bilheteria do Parque Assis Brasil, em Esteio, contra o consumo de carne e o Especismo - forma pela qual os humanos, por se considerarem de espécie superior, legitimam a exploração dos animais. 

Apesar da Expointer receber todos os anos milhares de visitantes em busca não só de fechar negócios ou participar das atrações do parque, mas também de consumir o tradicional churrasco, os ativistas garantem que ano após ano a hostilidade do público ao se deparar com o protesto da ONG tem diminuído. O grupo realiza o ato em frente as bilheterias desde 2007. "Já tivemos episódios de discussões e quase brigas, mas faz três anos que notamos uma maior receptividade", explica Fernando Schell Pereira, diretor da organização.

"Nos preocupamos com as crianças que são trazidas pelos pais para a feira e acabam se familiarizando desde cedo com esse ambiente onde os animais são apresentados felizes", defende Pereira. Segundo ele, mesmo quem não é vegetariano ou vegano tem demonstrado respeito e compreensão ao protesto, por entender a importância dos direitos dos animais.

Ele atribui a melhor receptividade ao trabalho desenvolvido nas redes sociais. "Hoje não fazemos mais abordagens diretas ou entregamos panfletos. Nosso ato é simbólico, com cartazes. Em outras palavras, dizemos: não entrem."

Com cartazes e em silêncio, grupo permaneceu em frente as bilheterias da Expointer durante a manhã desde domingo | Foto: Jonathas Costa

Juan Hatzfeld dos Santos, membro da ONG, explica que o grupo é contrário ao uso de qualquer tipo de animal em atividades de entretenimento, testes de laboratório, consumo e exposição. "Os animais ficam confinados à mercê de um grande número de pessoas, o que os estressam". "Os que estão aqui são animais de vitrine, eles representam o topo de uma cadeia de exploração", complementa Pereira.

O trabalho da ONG não é resumido a protestos. Pereira explica que o grupo tem se empenhado em realizar um trabalho de assessoria técnica para entidades e políticos. "Não temos partido, mas fazemos essa intervenção em busca da ampliação da legislação de proteção animal", pondera. Na próxima semana, por exemplo, uma reunião na Assembleia Legislativa deve tratar do tema das caçadas de javalis no Estado.  


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