Brasil e Uruguai conquistam prêmio máximo no Freio de Ouro 2020

Brasil e Uruguai conquistam prêmio máximo no Freio de Ouro 2020

Cavalo Colibri Matrero e égua Balisa III do Itapororó foram os grandes vencedores da 39ª edição

Nereida Vergara

Colibri Matrero (esquerda), montado pelo ginete Gabriel Viola Marty, se mostrou como o favorito da competição desde a quinta-feira

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O solo encharcado pela chuva e a ausência do público que costuma lotar as arquibancadas, mas que não teve acesso neste ano em razão da pandemia, não afastaram da 39ª edição do Freio de Ouro o seu tempero principal: a emoção. Os vencedores do prêmio máximo do Cavalo Crioulo 2020, disputado neste domingo, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, foram o cavalo Colibri Matrero, da cabanha uruguaia La Pacífica, e Balisa III do Itapororó, da Cabanha Quaraci, de Santa Cruz do do Sul.

Colibri Matrero, montado pelo ginete Gabriel Viola Marty, se mostrou como o favorito da competição desde a quinta-feira, quando se iniciaram as provas da morfologia. No total, o cavalo somou 22.217 pontos, tendo as maiores notas nas provas da mangueira e na paleteada. O proprietário do animal, Juan Salustiano Peirano, lembrou de Colibri foi o Freio de Ouro da Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos (FICCC) em 2018 e que seu desempenho é fruto do investimento da cabanha, com 40 anos de tradição na criação de equinos. Para o ginete Gabriel Marty, a conquista do segundo Freio de Ouro com Colibri coroa um trabalho iniciado há mais de três anos. Sobre o desempenho do vencedor, o juiz Lauro Martins afirmou que Colibri Matrero é "preciso e veloz, tão veloz que chega ser difícil de julgar".

Balisa III do Itapororó atingiu a pontuação de 21.199 e surpreendeu, pois iniciou as competições do domingo em sexto lugar. Montada pelo ginete Fábio Teixeira da Silveira - que nesta edição ganhou ouro e prata nas fêmeas, e prata na competição dos machos - é considerada pelos criadores Robert Jones e Rosalie Jones um animal especial, que sempre consegue crescer durante a competição ( ela também foi vencedora do Bocal de Ouro 2020). Mário Suñe, juiz da categoria fêmeas, afirmou que a capacidade de superação da égua chama a atenção, assim como suas características morfológicas. Todo sorrisos e equilibrando três troféus, o ginete comemorou seu quarto freio de ouro em 16 anos de competição. "Nem tenho o que dizer", reconheceu.

Um destaque especial da edição 2020, pela qual passaram 439 conjuntos (227 fêmeas e 212 machos, em sete seletivas, cinco no Rio Grande do Sul , uma no Uruguai e uma na Argentina), foi o prêmio de ginete do ano para Daniel Teixeira. Com o braço direito fraturado, em razão de um acidente, Teixeira conseguiu conduzir dois cavalos (uma fêmea e um macho) na final, dando um show a parte de superação. 

No total, a transmissão da final do freio teve cerca de 18 mil acessos simultâneos na página do YouTube da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (AABCC) e na página do Facebook da entidade. Este número, segundo o presidente da ABCCC, Francisco Fleck, considerando que cada ponto de acesso tenha entre três e cinco espectadores, aponta para uma estimativa de que até 80 mil pessoas possam ter assistido à prova pela internet.


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