Desistência da produção de leite segue crescendo no Estado

O número de produtores gaúchos de leite que entregam o produto para indústrias ou cooperativas caiu 22,6% nos últimos dois anos. A atividade, que em 2015 envolvia 84 mil pecuaristas, hoje tem apenas 65 mil. Junto com o número de produtores, caiu também a produção (2%) e o rebanho (9%), enquanto a produtividade das propriedades cresceu 24,9%.

Os números fazem parte do Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite, apresentado ontem, durante a Expointer, pela Emater. Segundo o coordenador do levantamento, o zootecnista Jaime Ries, o Rio Grande do Sul conta com 11.339 produtores que encontram-se na informalidade, vendendo leite cru diretamente para o consumidor ou comercializando derivados elaborados em casa.

Mais de um terço dos agricultores - 37% - produz até 100 litros por dia. O secretário-geral da Fetag, Pedrinho Signori, disse que os números são preocupantes, mas não causam surpresa. “No contexto social é muito preocupante porque diminui significativamente o número de produtores na atividade”, afirmou. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, ressaltou que a concentração do leite é natural no mundo inteiro. O titular da SDR, Tarcisio Minetto, afirmou que “o esforço para reverter este quadro será conjugado”.