Remates de animais superam expectativas de leiloeiros na 42ª Expointer

Remates de animais superam expectativas de leiloeiros na 42ª Expointer

Vendas foram transmitidas pela internet e contaram com a participação de Paraguai, Argentina e Uruguai

Christian Bueller

Vendas foram transmitidas pela internet e contaram a participação de Paraguai, Argentina e Uruguai

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Liquidez. Esta é a palavra que resume os remates durante a 42ª Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil. Alguns dos maiores leilões do Rio Grande do Sul acontecem durante a feira e este ano não foi diferente. Presidentes de associações e leiloeiros avaliaram como positiva a edição de 2019, com boas comercializações, mesmo que não fossem com valores muito altos. Uma Expointer de pista limpa grande procura.

Até quem não participava de leilões na feira há um tempo, voltou aos remates. O presidente do Núcleo Riograndense de Criados de Cavalo da Raça Mangalarga (NRCCRM), Laércio Leismann, lembrou que há oito anos que não havia leilões deste tipo de equino na Expointer. “Transmitimos até pela internet, foi muito bom. Animais com média de R$ 23 mil, em 30 prestações, não em 50 como muitos fazem”, frisou, ressaltando o interesse de outros estados na raça. “A Rainha, grande campeão, foi comprada para melhoramento genético”, contou Leismann. O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Francisco Fleck, relata que todos os animais da raça leiloados foram vendidos. “Sentimos que há uma retomada nos preços. Era importante que fôssemos bem neste ano e fomos”, salienta.

Os cavalos Crioulos representam cerca de 90% dos remates de uma das mais tradicionais empresas do ramo no RS, a Trajano Silva. Em atuação desde 1961, comercializou mais de R$5 milhões, em bovinos e equinos. “O valor mais alto foi R$ 200 mil em uma égua da Cabanha Santa Fé, de Taquara”, conta Décio Lemos, leiloeiro e gerente comercial da Trajano Silva.

O presidente da Associação Brasileira de Brangus, João Paulo Schneider, o Kaju, relata os estandes cheios durante os leilões. “É um momento de divisor de águas. Tivemos um retorno muito bom, percebemos os compradores encantados com os animais”, conta. A presidente da Associação Brasileira de Criadores de Corriedale, Cristina Soares Ribeiro, diz o mesmo sobre a ovinocultura. “Estamos em outra fase, em que os produtores estão pensando no futuro. Houve vendas de R$ 15 mil, R$ 16 mil. Até uruguaios queriam nossa grande campeã”, recorda. Poucas raças encontraram um mercado mais retraído. Foi o caso dos ovinos Ile de France. O presidente da associação da raça, Rafael Paim, diz ter encontrado pistas mais pesadas nesta edição da feira. “Estamos vendo mais trocas de cartões para comercializar depois”, relata.

Fábio Crespo, outro leiloeiro tradicional, também destacou a liquidez. “Foram bons negócios, um crescimento no faturamento: 10% nos cavalos Crioulos e nos ovinos coloridos e 40% no Devon, por exemplo”, conta. Atuando na área desde 1978 – quando era pisteiro e trabalhava para o pai -, Crespo saúda a busca de estrangeiros pelos animais brasileiros. “Principalmente, paraguaios. Mas veio gente do Uruguai e Argentinos, o que mostra a nossa força”, conclui.


Correio do Povo
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