RS perde quase R$ 1 bilhão por ano em danos causados por crime no campo

RS perde quase R$ 1 bilhão por ano em danos causados por crime no campo

Frente Parlamentar de Combate aos Crimes Agropecuários promoveu debate na casa da Assembleia Legislativa na Expointer

Fernanda Bassôa

RS perde quase R$ 1 bilhão por ano em danos causados por crime no campo

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O contrabando e a falsificação de agroquímicos nas áreas rurais do Estado foram temas debatidos pela Frente Parlamentar de Combate aos Crimes Agropecuários, na sede da Assembleia Legislativa dentro do parque de Exposições, durante a 42ª edição da Expointer.

De acordo com o deputado estadual Sérgio Turra, que preside o grupo, é preciso que haja envolvimento forte dos agentes de segurança, associações e Ministério Público, para evitar que os crimes que tem como alvo a produção agrícola não sigam se perpetuando de forma descontrolada no Estado. “Tratam-se de quadrilhas altamente organizadas e especializadas. É extremamente necessário o esforço conjunto de todas as esferas. A criação das Delegacias Especializadas foi um passo importante, pois alcançamos resultados expressivos e bem positivos, porém, precisamos mais que isso.”

Turra estima que o Rio Grande do Sul perde quase R$ 1 bilhão por ano em virtude dos danos causados por crimes realizados no campo e que têm causado sérios problemas à saúde pública, bem como danos ao meio ambiente.

O vice-governador do Estado, o delegado Ranolfo Vieira Júnior, que esteve no evento fazendo parte da mesa, falou que o Governo do Estado lançou o projeto RS Seguro, programa que trabalha em três diretrizes importantes e que pode ser interligado a essa problemática. “Integração, Inteligência e Investimento Qualificado são as principais vertentes. Neste sentido, a integração é fundamental. E é a partir de discussões como estas que afiamos nossos desejos e que alcançaremos os resultados que almejamos.”

O promotor Luciano Vaccaro diz que é um debate importante tendo em vista que o enfrentamento da matéria tem sim apresentado resultados importantes. “O tema dos defensivos agrícolas ilegais é uma realidade preocupante, pois eles entram no Estado gaúcho através do descaminho e do contrabando. A questão não é apenas ambiental, mas também sanitária. Existe ainda a sonegação de impostos e estamos vivendo uma crise financeira sem igual. Acaba que estamos gerando riqueza em noutro País.”

O vice-presidente da Frente Parlamentar de Combate aos Crimes Agropecuários, deputado Luciano Zucco, relata que o combate a estes crimes específicos é fundamental tendo em vista que afetam a economia de recurso legal do Estado. “São crimes que muitas vezes passam desapercebidos.” O trabalho de fiscalização aliado aos avanços tecnológicos foi defendido pelo deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Alceu Moreira. “É preciso que saibamos usar e nos apropriar da inteligência artificial e de estratégias. O comércio ilegal, o contrabando e a falsificação de defensivos agrícolas traz risco de contaminação da saúde pública e compromete seriamente nossos negócios externos.”

Por fim, o secretário adjunto de segurança pública do Estado, coronel Marcelo Gomes Frota, também deu ênfase ao sistema de integração entre as forças policiais e a sociedade civil. “Há iniciativas louváveis que já acontecem nas áreas de campo. Entre elas as patrulhas comunitárias rurais. No entanto, existe a necessidade de plataformas de comunicação e a integração de boas práticas de conhecimento entre Prefeituras, estado e entes federados, visando, neste sentido, a saúde e a segurança pública.”


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895