Faturamento das cooperativas no Rio Grande do Sul cresce 12% em 2018

Faturamento das cooperativas no Rio Grande do Sul cresce 12% em 2018

Ao todo, o segmento cooperativista movimentou R$ 48 bilhões no ano passado

Danton Júnior

Presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius (no centro), apresentou resultados durante a reunião-almoço do Tá na Mesa

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O segmento cooperativista apresentou novo crescimento no ano de 2018, com alta de 12,13% no faturamento, conforme relatório o relatório Expressão do Cooperativismo Gaúcho, divulgado nesta quarta-feira pela Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs). Ao todo, o setor movimentou R$ 48,2 bilhões no ano passado. O ramo com o melhor desempenho foi o agropecuário, com faturamento de R$ 31,7 bilhões, o que significa um crescimento de 19,22%. Os números foram apresentados pelo presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, durante reunião-almoço do Tá na Mesa, da Federasul.

"É natural que as sociedades de pessoas cresçam mais na crise do que na abundância", resumiu Perius. Para exemplificar, citou que nos últimos quatro anos, enquanto o país atravessava uma fase de instabilidade econômica, as cooperativas gaúchas ampliaram o seu faturamento em 54,63%.

Caso o país deixe a crise econômica para trás, o dirigente afirma que a tendência é de um crescimento mais estável no setor cooperativista. O relatório demonstra também crescimento nas sobras apuradas (18,49%), no patrimônio líquido (12,61%) e nos ativos (7,34%). Perius apontou ainda que os investimentos realizados pelo setor foram bem planejados, o que ele atribui a uma maior participação dos sócios.

Apesar do bom desempenho do setor agropecuário em 2018, o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, acredita que a tendência é de um crescimento inferior para este ano. "O aumento do faturamento das cooperativas agropecuárias de grãos se deu no faturamento daquele volume de soja represada da safra 2017", explicou. Segundo ele, crescer quase 20% "não é normal no sistema agropecuário".

Para 2019, o segmento deve ser impactado ainda por custos de produção mais altos e preços dos grãos menores em relação ao ano passado. "Talvez o crescimento venha nas cooperativas mais industrializadas", observou. Em termos de investimentos, Pires destacou a necessidade de investimentos em infraestrutura e de aprovação da reforma da previdência.


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