Frutas sofrem com falta de chuva no Nordeste do RS

Frutas sofrem com falta de chuva no Nordeste do RS

Há perdas reconhecidas nos cultivos de uva, melancia e banana e o temor de que ameixas, caquis e morangos também possam sofrer danos

Nereida Vergara

Na região de Caxias do Sul, perdas das variedades precoces de uva são de 30%

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Os muitos dias sem chuva, com vento e com sol escaldante, estão agravando a situação de boa parte das frutas cultivadas no Rio Grande do Sul. Por enquanto, as perdas reconhecidas pela Emater/RS-Ascar ocorrem com a uva e a melancia, mas regionais de Caxias do Sul e Porto Alegre admitem que outras espécies podem ser atingidas se o quadro de estiagem não mudar, como as ameixas, os caquis, as bananas e os morangos.

A gerente da Regional da Emater de Caxias do Sul, Sandra Dalmina, afirma que na uva a perda nas variedades precoces já é estimada em 30%, não havendo estimativa consolidada neste sentido para as uvas de cultivares tardias.

Sandra explica que a regional recebeu cerca de 400 comunicações de perdas para acionamento do Proagro, mas a maioria de lavouras de milho. Culturas como a do pêssego e da ameixa sofreram menos com a estiagem e mais com problemas de desenvolvimento neste ano, o que influenciou no calibre (tamanho) dos frutos. No caso da maçã, também bem adaptada à região serrana, a falta de chuva deve interferir na formação dos frutos. “A maçã já sofreu com granizo e teve perdas, agora começa a sofrer com a seca, que também vai produzir impactos no seu calibre”, analisa a gerente.

Litoral

A Regional Porto Alegre, que integra municípios da Região Metropolitana e Litoral, começou a perceber o agravamento da situação das frutíferas nos últimos 15 dias. Segundo o gerente da Regional, Elias Kuck, há relatos de dificuldades com a uva (amadurecimento precoce), morangos (problemas de florescimento) e bananas. Kuck ressalta que a esta fruta cultivada no Litoral tem apresentado sinais de estresse hídrico em solos mais rasos e pedregosos. “Nas encostas de morros onde a fruta é plantada, nas partes mais baixas, o solo é mais profundo e a planta sofre menos. Já na meia encosta, com o solo mais raso, os primeiros sinais de sofrimento estão aparecendo”, relata. O gerente garante que ainda não é possível quantificar perdas na bananicultura, mas admite que elas vão ocorrer se não houver chuvas regulares nas próximas semanas.

Kuck afirma que uma das frutas mais apreciadas no verão gaúcha, a melancia, está apresentando impacto na qualidade, o que vai se refletir no preço pago ao produtor. Na região de Santa Rosa, onde as altas temperaturas geram má-formação de frutos, maturação irregular e morte de plantas, a Emater também relata perdas na cultura.


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