Líderes divergem sobre nova data da Expointer 2020

Líderes divergem sobre nova data da Expointer 2020

Presidente da Farsul, Gedeão Pereira, por exemplo, diz que no momento o mais racional seria "suspender" a feira

Cíntia Marchi

Anúncio de mudança de data da feira provocou posicionamentos divergentes entre entidades do setor agropecuário

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Os anúncios de mudança de data da Expointer 2020, para o período de 26 de setembro a 4 de outubro, e de que a feira será menor neste ano provocaram posicionamentos divergentes entre as entidades do setor agropecuário. Para o presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Leonardo Lamachia, mesmo que a exposição seja menor e diferente neste ano, é importante que se faça “todos os esforços possíveis”, a fim de que as associações de criadores possam fazer seus julgamentos, concluir seus ciclos e não venham a perder uma geração de animais de genética.

Já o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, defende que o melhor seria a suspensão do evento, tendo em vista as incertezas impostas pela pandemia. Diz ainda que, apesar da feira ser uma vitrine para a pecuária, o faturamento que ela gera é reduzido, já que a maior parte dos negócios ocorre no Interior. “O mais racional seria suspender, mas a decisão não é nossa”, comenta. “Mais para frente, dependendo do que acontecer, vamos avaliar a situação e podemos revisar a nossa posição”. 

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS), Carlos Joel da Silva, diz ser “prudente” a prorrogação da feira, tendo em vista que não há boas previsões envolvendo o coronavírus em curto prazo. No entanto, entende ser “temerário” a feira ser reduzida em tamanho e em público. “Se for pra fazer uma Expointer reduzida, então não é Expointer”, frisou. “Uma feira meia-boca não é positiva para o Estado, afinal ela é nossa vitrine”, acrescentou Joel.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier, avisou que a entidade fará um esforço junto aos associados para que todos participem, mas salientou que as novas datas não são interessantes como as do período tradicional. “Dependendo do clima, muitos produtores já estão plantando suas lavouras no final de setembro e os negócios de máquinas já deviam estar feitos”, lembrou. Em relação à restrição do público, Bier questiona como o governo irá distinguir entre aqueles que apenas irão passear no Parque Assis Brasil durante a feira e aqueles que realmente têm intenção de efetuar compras.


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