Parceria estimula produção com sustentabilidade no RS

Parceria estimula produção com sustentabilidade no RS

Banrisul, CCGL e Embrapa Trigo criaram a Operação 365 para incentivar agricultor a proteger solos e potencializar rentabilidade das lavouras

Danton Júnior

Lançamento do projeto contou com representantes das instituições participantes

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Uma parceria entre Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL), Banrisul e Embrapa Trigo possibilitou o lançamento, ontem, da Operação 365, iniciativa que visa estimular o agropecuarista a intensificar a produção com sustentabilidade. A ideia é oferecer incentivos para a melhoria química, física e biológica dos solos agrícolas, mitigando riscos climáticos e potencializando a rentabilidade das lavouras.

Para isso, estão sendo qualificados assistentes técnicos, que serão certificadores de talhões agrícolas de excelência quanto ao uso de boas práticas de manejo. O grau de qualificação do sistema produtivo será medido por meio do Índice de Qualidade do Manejo (IQM). “A partir desse índice vamos poder atribuir uma certificação para esses produtores e para esses talhões agrícolas”, explica o gerente de pesquisa da CCGL e coordenador da Rede Técnica Cooperativa (RTC), Geomar Corassa. Uma vez certificado, o produtor estará apto a receber incentivos, via financiamentos do Banrisul, para seguir implementando as melhores práticas agropecuárias.

Corassa lembra que, para promover sistemas intensificados e ao mesmo tempo sustentáveis, é necessário manter o solo coberto durante os 365 dias do ano – por isso o nome do projeto. 

A experiência inicial, voltada para a safra 2021/2022, conta com dez cooperativas parceiras e 30 propriedades rurais. Porém, segundo Corassa, não há limites para novas adesões no futuro. A ideia é certificar o máximo possível de talhões. 

Uma das metas é otimizar a utilização de áreas cultivadas no inverno, que hoje estão muito aquém da extensão territorial das culturas de verão. Mas o projeto vai além e vê espaço até mesmo para uma terceira safra de grãos. É o caso de uma variedade de cevada forrageira ultraprecoce semeada na primeira quinzena de março, logo após a colheita da soja. “Em 100 dias eu colho o grão para abastecer as fábricas de ração que estão sedentas por matéria-prima de qualidade”, exemplificou o chefe de Transferência de Tecnologias da Embrapa Trigo, Giovani Faé. Ele acrescenta que o programa está ancorado nos preceitos de uma agricultura regenerativa, o que permite demonstrar que a atividade, com a adoção de boas práticas, pode ser uma mitigadora das emissões de carbono.

O presidente do Banrisul, Cláudio Coutinho, ressaltou que a melhoria da qualidade do solo possibilita que o agricultor tenha produtividade suficiente inclusive para enfrentar momentos de adversidades climáticas. “O manejo errado causa uma queima elevada de carbono por hectare. Por isso estamos promovendo a interação entre crédito, fomento e conhecimento técnico”, justificou o chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemanski.


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