Plantio do arroz chega a 45% da área prevista no RS

Plantio do arroz chega a 45% da área prevista no RS

Segundo o Irga, clima permitiu ao produtor aproveitar a janela considerada ideal para a semeadura

Danton Júnior

Fronteira-Oeste é a região mais adiantada, com 68,6% da área semeada

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A semeadura do arroz no Rio Grande do Sul deu um salto nos últimos dias nas regiões produtoras. Em boletim publicado nesta quinta, o Irga informou que o plantio já alcançou 45,25% da área prevista no Rio Grande do Sul, o que representa mais que o dobro registrado no levantamento da semana passada, que apontava um índice de 21%. A Fronteira-Oeste é a região mais adiantada, com 68,6% da área semeada. Segundo o diretor-técnico do Irga, Ivo Mello, o avanço deve-se ao clima, que permitiu ao produtor entrar nas lavouras nos últimos dias, mas principalmente ao fato de o orizicultor aproveitar o período que é considerado como a melhor janela de plantio para o arroz. Isso faz coincidir a fase crítica do período reprodutivo da planta com a época de maior radiação solar, nos meses de dezembro e janeiro.

Para representantes do setor, a falta de chuvas em algumas regiões, que impactou na disponibilidade dos mananciais, não deve ter efeito negativo sobre a safra. De acordo com Mello, os reservatórios estão "abaixo do nível desejado" em algumas regiões pontuais, como na Campanha. Por outro lado, a falta de chuvas dá a possibilidade ao produtor de entrar na lavoura e fazer o plantio. Mello ressalta, porém, que outubro é historicamente o mês com maior índice de chuvas no Rio Grande do Sul. A projeção inicial do Irga era de uma área plantada de 969,1 mil hectares no Rio Grande do Sul, o que representaria um avanço de 3,5% em relação ao ciclo 2019/2020. De acordo com Mello, será possível saber somente no final de outubro se a área projetada será confirmada na prática. Mesmo que o clima não favoreça o cultivo, Mello não acredita que possa faltar arroz. "Tendo um clima seco, o arroz produz bem. Com a área que temos prevista não tem como haver desabastecimento", observa.

Na avaliação do presidente da Federarroz, Alexandre Velho, a maior parte dos produtores já está com pelo menos 80% da necessidade hídrica das suas lavouras. "Por um lado, precisamos de tempo seco para efetivar o plantio. Por outro, tem algumas regiões que têm que recuperar os mananciais", afirmou. De qualquer forma, de acordo com o dirigente, as irrigações começam normalmente no mês de novembro. "Como ainda tem um pelo menos um mês e meio pela frente, muita coisa pode acontecer", observa. Com relação aos preços atuais, que ultrapassam os R$ 100,00 a saca, Velho recomenda cautela. "É hora de precaução, não de euforia. Toda vez que se aumenta muito a área, a consequência é menos preço", afirma. 


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