Preço de venda para suinocultores independentes cai 32% de janeiro a maio

Preço de venda para suinocultores independentes cai 32% de janeiro a maio

Representantes do setor estiveram em audiência pública nesta terça-feira (5)

Maria Amélia Vargas

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Em busca de soluções para a crise da suinocultura nacional, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados realizou audiência pública nesta terça-feira (5). Solicitado pela deputada Aline Sleutjes (Pros-PR), o debate tratou dos prejuízos que têm levado muitos criadores a abandonar a atividade, impactando toda a cadeia produtiva.

“O meu objetivo é discutir os altos custos de produção e o aumento da oferta de carne suína no mercado, que tem afetado drasticamente a produção no país. Precisamos falar também sobre o aumento das linhas de crédito e as possíveis soluções”, destaca a deputada.

Para o conselheiro de Mercado da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Valdecir Folador, o produtor independente é o mais atingido por este cenário negativo. “Estes sofrem muito com as variações de mercado. A média de custos, por exemplo, subiu em 9% e o preço de venda caiu em 32% de janeiro a maio”, argumenta. Entre as possíveis medidas solicitadas por ele estão a manutenção ou isenção das alíquotas de PIS/COFINS até dezembro de 2022, a prorrogação do prazo de pagamento dos custeios pecuários e a inclusão da carne suína no e seus derivados nos Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e no PAA/Alimenta Brasil (da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo/Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa).  

Segundo o chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia (ME), Rogério Boueri, a pasta está sempre pensando em formas de desenvolver ações para minimizar os efeitos negativos gerados, entre outros fatores, pela retomada da suinocultura na China (uma das principais importadoras do produto brasileiro). “No Plano Safra, nós focamos em expandir o volume de crédito para solucionar a questão do aumento de custo de produção. Sei que o setor precisa de mais apoio, mas a nossa restrição fiscal é muito forte. Fizemos o que deu pra fazer, tentando acolher o pedido dos produtores”, informa.

Apesar do momento de dificuldades, o coordenador-geral de Culturas Perenes e Pecuária da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, João Antonio Fagundes Salomão, acredita em um segundo semestre mais positivo aos suinocultores. “A boa safra de milho prevista para os próximos meses e a reação do mercado internacional devem fazer os preços de produção recuarem”, ressalta.

Também participaram do encontro em formato híbrido o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin e o presidente da Comissão Nacional de Aves e Suínos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Marcelo Valles Bento.


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